(SETUR–MG/Divulgação)
O contato com a natureza, o meio ambiente e a cultura de regiões mineiras pode ser uma importante fonte de conhecimentos. Levando em conta essa prática pedagógica, a Secretaria de Estado de Turismo (Setur-MG) desenvolve, em parceria com a pasta de Educação e a Copasa, o projeto Escola na Trilha – Orientação para o Turismo.
Direcionado às escolas públicas estaduais, a iniciativa já envolveu, de 2008 a 2017, 2.839 alunos. Nesse período também foram capacitados servidores públicos municipais, de circuitos turísticos e professores de escolas públicas. Diversas ações estão previstas ainda para este ano e para 2018.
O projeto busca sensibilizar os participantes para questões relacionadas ao turismo e educação ambiental nos circuitos turísticos do Estado. Disciplinas ministradas em sala de aula como história, geografia e biologia, dentre outras, estão em permanente diálogo com as viagens pedagógicas. Ao mesmo tempo, as aulas ao ar livre potencializam o aprendizado.
Provas
No Escola na Trilha, os estudantes participam de provas regulares, incorporadas à grade curricular das instituições de ensino, com realização nas próprias unidades de conservação. O percurso varia entre 5 e 8 km, com duração aproximada de duas a três horas. Durante o trajeto, são feitas abordados temas trabalhados ao longo do ano em sala.
As provastêm premiação. Geralmente, os alunos são divididos em três equipes e a melhor classificada alcança em torno de 50%. Os contemplados ganham uma viagem pedagógica em áreas de proteção ou em algum município de relevância turística.
Experiências
Em junho, agosto e setembro, por exemplo, foi a vez de 120 alunos da Escola Estadual Coronel Adelino Castelo Branco, de Sabará, participarem de três provas no Parque Estadual do Sumidouro, localizado nos municípios de Lagoa Santa e Pedro Leopoldo, na Grande BH. Quarenta alunos foram premiados na etapa e tiveram a oportunidade de uma viagem pedagógica ao Parque Estadual Mata do Limoeiro, no distrito de Ipoema, em Itabira, região Central de Minas.
“É um projeto bem elaborado e organizado e com a base pedagógica desenvolvida em sala de aula. Os alunos vivenciam o conhecimento da fauna e flora existentes em Minas Gerais, como mata atlântica, cerrado, animais variados, rios, lagos e cachoeiras”, diz Paula de Freitas, supervisora pedagógica da Coronel Adelino Castelo Branco.
Segundo ela, o projeto é uma oportunidade única para os estudantes adquirirem conhecimentos históricos e culturais sobre o circuito do ouro. “Os alunos ficam surpreendidos e encantados com a experiência”, afirma.
Resultados
De 2008 até este ano foram realizadas 21 provas em unidades de conservação do Estado, envolvendo 21 municípios, 24 escolas públicas e 15 circuitos turísticos. Os investimentos somam cerca de R$ 320,3 mil.
Participantes perdidos nos trajetos e travessia em rios dão mais ação às atividades
As provas realizadas pelos alunos são baseadas em trekking. Os estudantes, divididos em grupos, usam bússola e mapa para conseguir cumprir a trilha no tempo estipulado em planilha de navegação. Durante o trajeto, fatos interessantes são registrados.
Algumas turmas, por exemplo, se perdem na rota e são resgatadas pela equipe de apoio. Em outras situações, participantes encontram animais silvestres, como cobras e aranhas, e até fazem travessia em rios por meio de pista de corda.
“É interessante porque fazemos uma sensibilização com os alunos e visitamos locais de grande relevância, como os parques estaduais do Sumidouro, do Itacolomi e do Rio Preto. Vemos que a iniciativa amplia horizontes sobre a cultura, a história e o turismo”, avalia o gestor.
Suporte
As provas contam com equipe de apoio das unidades de conservação, bombeiros e, embora até o momento não tenha sido acionada, uma ambulância à disposição nas proximidades dos parques, caso haja a necessidade de algum atendimento especial.
Ao longo da trilha, os professores ficam responsáveis pelos Postos de Controle (PCs). Essas estruturas verificam a regularidade de cada equipe e o andamento das provas. Por lá também são anotados os tempos de chegada e de saída dos participantes.
No fim da prova, as equipes cruzam a linha de chegada, sob o monitoramento de um responsável por registrar o tempo de cada grupo. Em seguida, os participantes são gradualmente encaminhados a um restaurante para o almoço.
Vale ressaltar que a metodologia do Projeto Escola na Trilha é elaborada com todo o cuidado, tanto por envolver provas regulares junto às escolas, como também pelo fato de as visitas ocorrerem em locais de preservação ambiental em Minas Gerais.