(Flávio Tavares/Hoje em Dia)
Nem mesmo a presença permanente da Polícia Militar no Aglomerado da Serra, região Centro-Sul de Belo Horizonte, devolveu a tranquilidade dos moradores e pessoas que trabalham no complexo de vilas e favelas. Os últimos afetados foram crianças da região, que estão com as aulas suspensas por causa dos confrontos entre gangues rivais, que há uma semana disputam o tráfico de drogas no local.
Nesta quarta-feira (3), a Secretaria Municipal de Educação confirmou que as Unidades Municipais de Educação (UMEIs) Capivari e Padre Tarcísio estão paralisadas pelo menos até o carnaval. As atividades nas instituições de educação estão previstas para serem retomadas somente na próxima quinta-feira (11).
O atendimento no Centro de Saúde do Cafezal também foi afetado. Há três dias, o atendimento no posto é realizado de forma improvisada, por causa das ameaças feitas por traficantes. Para atender aos dois lados em conflito e garantir a segurança de moradores e funcionários, o serviço foi dividido entre territórios.
Parte da assistência está sendo feita na unidade localizada no interior do aglomerado, dominada pela gangue Bandonion, e outra em um anexo, próximo a rua Sacramento, comandada pelo grupo de mesmo nome.
Por meio de a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) confirmou que o funcionamento nesta quarta-feira está ocorrendo de forma parcial. "Na unidade estão sendo prestados os seguintes serviços: curativos, dispensação de medicamentos, emissão de cartão SUS, emissão de declaração de residência para moradores, agendamento de consultas especializadas, além de atividades administrativas".
As consultas agendadas e os atendimentos aos pacientes que procuram o Centro de Saúde estão sendo feitos na Casa Verde, unidade de apoio do Centro de Saúde São Miguel Arcanjo.
Conflito
Os confrontos na Serra tiveram início na quarta-feira (27), após a prisão de Tiago Augusto Nunes Martins, de 32 anos, apontado como uma das lideranças do tráfico na região. Ele foi detido em uma BMW preta após fugir de uma interceptação de militares nas imediações da Serra.
Desde então, o complexo de vilas e favelas onde atualmente moram cerca de 46 mil pessoas está sendo palco de disputa de gangues, entre elas a Organização Terrorista Sacramento (OTS), Organização Terrorista Bandonion (OTB), Organização Terrorista Arara (OTA) e a gangue da Igrejinha da Aldeia (GDI).
O clima na área e no entorno é de tensão, com tiroteios constantes e toque de recolher. Para devolver a ordem ao local, a Polícia Militar ocupou o aglomerado no último sábado (30).
*Com informações de Letícia Alves