Esquema de sonegação da fábrica de cigarros Souza Paiol causou prejuízo de R$ 20 milhões aos cofres

José Vítor Camilo
13/06/2019 às 20:38.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:06
 (MPMG / DIVULGAÇÃO)

(MPMG / DIVULGAÇÃO)

Um esquema de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro envolvendo a fábrica de cigarros e bebidas Souza Paiol teria causado um prejuízo de R$ 20 milhões aos cofres públicos de Minas Gerais. O crime foi alvo de uma operação desencadeada na manhã desta quinta-feira (13) na sede da empresa e na casa de envolvidos em Pitangui, na região Centro-Oeste do Estado. Durante as buscas, foram localizados cerca de R$ 1 milhão em dinheiro além de cigarros e documentos.

A operação "Paieiro" foi promovida pela força-tarefa constituída pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa da Ordem Econômica e Tributária (Caoet), e contou com o apoio da Secretaria de Estado de Fazenda (SEF) e da Polícia Civil (PC). Ao todo foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão em endereços comerciais e residenciais, todos eles expedidos pela 1ª Vara da Comarca de Pitangui. 

De acordo com o MPMG, as investigações começaram após irregularidades serem constatadas pela fiscalização em trabalhos de auditoria, mais especificamente após análise do quantitativo de notas fiscais recebidas e emitidas pelas empresas contribuintes. Quando foi feita a confrontação de valores, descobriu-se indícios da venda de cigarros de palha e cachaça, em grande quantidade, sem os devidos documentos fiscais.

“Eles vendiam sem recolhimento dos impostos devidos, e isso causou um grave prejuízo ao estado de Minas Gerais. Todo esse dinheiro sonegado foi movimentado de forma espúria pelos responsáveis, que tentaram lavar esse dinheiro usando a conta bancária da mãe de um dos investigados”, explicou o promotor Hugo Barros. MPMG / DIVULGAÇÃO / N/A
Diversos maços de cigarro também foram apreendidos na operação

As investigações apontaram ainda que, o grande volume de produção e venda não declarados gerou um lucro que teria sido usado para aquisição de mais de uma dezena de imóveis, alguns de alto valor, localizados em bairros nobres de Belo Horizonte e Nova Lima, na Região Metropolitana da capital mineira. Ao todo, ainda conforme o MPMG, os danos ao ocasionados aos cofres públicos pelo esquema de sonegação pode chegar a cerca de R$ 20 milhões. 

A reportagem do Hoje em Dia procurou a Souza Paiol, que até a publicação não havia se posicionado sobre a operação desencadeada na empresa. 

Conta movimentou R$ 6 milhões em um mês

O promotor Hugo Barros conta ainda que, apenas no mês de agosto de 2018, a conta da mãe de um dos investigados usada no esquema teria movimentado cerca de R$ 6 milhões. “Nos demais meses, também movimentaram grandes quantias de dinheiro e depois compraram bens e colocaram em nome de empresas de participação como forma de blindar esse patrimônio”, complementa.

Ainda de acordo com o promotor, além dos pedidos de busca, houve também o pedido de bloqueio de contas bancárias, especialmente daquelas utilizadas para possível lavagem de dinheiro. “O MPMG espera bloquear ao menos uma parte dos valores sonegados para possibilitar o ressarcimento ao erário”, finalizou.

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