(Lucas Prates/Hoje em Dia)
Usuários do metrô em Belo Horizonte e Contagem, na região metropolitana, foram surpreendidos nesta quarta-feira (5) com as 19 estações fechadas logo nas primeiras horas do dia. A greve dos metroviários começou meia-noite de hoje e deve durar até a noite de quinta-feira (6), sem nem mesmo o funcionamento da escala mínima prevista em dias de greve.
Sidicley Delfino, 45 anos, é um dos 100 mil usuários afetados pela paralisação. Ele foi pego de surpresa ao chegar na Estação Vilarinho, região de Venda Nova, nesta manhã. “Não fazia ideia. Agora vou ter que pegar três conduções para ir para o Cidade Industrial em Contagem. Para mim o melhor transporte é o metrô. Agora, além de atrasar, vou gastar mais. Essa greve é lamentável”, reclama.
Situação semelhante ocorreu com Célia Rodrigues, 50, que reclama da falta de divulgação da greve pelos metroviários. “Ontem mesmo eu consultei na internet. Eu ouvi falar na semana passada, mas vi que tinham proibido. Aí chega aqui agora e acha essa surpresa. Dependo do metrô pra ir trabalhar e agora vou ter que ir pra casa”, lamenta.
Paralisação total
A paralisação desta semana faz parte da greve iniciada no último dia 25 de agosto, após o Tribunal de Contas da União (TCU) aprovar as condições para a desestatização da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) em Belo Horizonte.
No início do movimento grevista, as estações chegaram a ficar dois dias fechadas. O funcionamento da escala mínima de 60% foi retomado somente após decisão do desembargador César Machado, do Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais (TRT-MG) que determinou o quantitativo de trens durante todos os períodos do dia enquanto durar a greve dos metroviários. Em caso de descumprimento, será aplicada multa diária de R$ 35 mil.
No último domingo (2), dia marcado pelo primeiro turno das eleições 2022, os metroviários recuaram e normalizaram o número de viagens. No entanto, anunciaram uma paralisação total para esta quarta e quinta-feira.
Nesta sexta (7), a categoria vai realizar uma assembleia para decidir se o serviço será totalmente paralisado.
Reivindicações
Os metroviários temem as consequências da privatização. Segundo o Sindimetro, a medida terá como consequências demissão dos concursados e aumento da passagem. Eles alegam que será uma paralisação total, sem escala mínima.
Os metroviários alegam ainda que após a desestatização haverá uma demissão de quase 1,6 mil funcionários da CBTU que atuam em Minas Gerais.
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