(Cristiano Machado/Hoje em Dia)
Em menos de um mês, as 24 estações de transferência do Move de Belo Horizonte começarão a ganhar vigilantes. A licitação para contratar uma empresa de segurança foi homologada nesta sexta-feira (15), pela BHTrans, no Diário Oficial do Município (DOM). A medida tentará resolver a constante depredação e prática de crimes nos pontos de embarque e desembarque. A licitação foi realizada na modalidade pregão presencial, com julgamento pelo menor preço global. Dez empresas participaram do processo e a vencedora foi a empresa Essencial Sistema de Segurança Eirelli, pelo preço de R$ 20.367.993,16. O prazo inicial do contrato é de 20 meses. Serão 192 vigilantes, divididos em dois profissionais por estação, em turno de 12 horas cada, que não trabalharão com armas de fogo. Eles usarão de borracha, sprays de pimenta, controle remoto, algemas, rádios comunicadores, coletes a prova de balas, entre outros objetos. A segurança será feita 24 horas, sete dias por semana. Com a homologação da licitação, a empresa terá até o fim de maio para assinar o contrato com a Prefeitura de Belo Horizonte. Na sequência, a empresa terá até 10 dias para iniciar o serviço. A licitação contempla apenas as estações de transferência municipais, ao longo das avenidas Pedro I, Antônio Carlos, Cristiano Machado e Vilarinho. Os terminais de integração, como a São Gabriel, e as estações de transferência metropolitanas não estão no contrato. Segundo a BHTrans, em caso de alguma ocorrência nas estações de transferência metropolitanas, administradas pela Secretaria de Estado de Transporte e Obras Públicas (Setop), os vigilantes poderão acionar a Polícia Militar, mas não deverão abandonar seus postos nas unidades municipais. Segundo a assessoria de imprensa da Setop, um processo licitatório semelhante para as estações metropolitanas será realizado, mas ainda não há data definida para o lançamento do edital. O projeto está em fase de elaboração. Necessidade Desde que o sistema Move foi implantado em Belo Horizonte, as estações de transferência foram palco de diversos casos de vandalismo, assaltos, roubos e até de agressões. O Hoje em Dia denunciou vários dos crimes. Sem a vigilância, muitas pessoas entravam direto pelas portas abertas das estações, sem pagar a tarifa, para embarcar nos coletivos ou até praticar crimes. É comum encontrar nas paradas os monitores e os vidros quebrados, sensores com defeito, portas inoperantes, gambiarras, pichações e inexistência de extintores de incêndio. O Move (nos corredores Antônio Carlos/Pedro I, Cristiano Machado/Vilarinho e Centro) custou aos cofres públicos mais de R$ 1 bilhão. Segundo os dados do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Setra-BH), por dia, pelo menos duas portas automáticas das estações são danificadas. Na maioria dos casos, os estragos são provocados por atos de vandalismo. Em 13 de abril deste ano, o número de dados nas estações era mais de 20% das TVs inoperantes. Dos 250 equipamentos, 55 estavam quebrados. Galeria de fotos dos danos nas estações Além dos danos, roubos, assaltos, agressões e até tentativas de estupro são comuns nas estações. Em um intervalo de pouco mais de um ano, desde a inauguração, em março de 2013, pelo menos 327 ocorrências foram registradas pela Polícia Militar no corredor do Move apenas da avenida Antônio Carlos. Um dos crimes que tiveram grande repercussão dentro das estações, foi a de um assalto de um jovem por uma dupla que foge logo em seguida. Os dois suspeitos chegam correndo e não conseguem embarcar no ônibus. Em seguida, eles abordam com violência o rapaz e levam os fones de ouvido da vítima. Aparentemente ferido, o rapaz é ajudado por testemunhas que presenciaram o crime. Atualmente, as Estações de Transferência são monitoradas pela Guarda Municipal e pela Polícia Militar. A BHTrans também realiza a conscientização dos usuários sobre a preservação do patrimônio público. Confira vídeos de vandalismo no Move:
Depredação dos monitores