(Raissa Oliveira/Hoje em Dia)
O metrô de Belo Horizonte opera com intervalos maiores, de 12 minutos no horário de pico, na manhã desta terça-feira (14), conforme informou a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). A informação surpreendeu passageiros que acreditavam que o transporte não funcionaria, diante do anúncio de greve.
“Eu achei que iria parar totalmente igual acontece quando anunciam greve. Quando passei e vi a estação aberta até me surpreendi, vai me ajudar muito mesmo com intervalo maior”, comemorou a doméstica Maria Barbosa, de 63 anos, que usa o transporte para ir da estação São Gabriel, na região Nordeste, até a estação Santa Inês.
Em dias normais, segundo a CBTU, os intervalos nas viagens são de 7 minutos. Um funcionário, que preferiu não se identificar, afirmou à reportagem do Hoje em Dia que os trens operam por falta de adesão ao movimento grevista.
“As estações não estão com a totalidade de funcionários, mas o quantitativo é suficiente para atender normalmente a operação de hoje. Isso ocorre porque, apesar da greve anunciada pelo sindicato, muitos trabalhadores optaram por não aderir o movimento”, disse.
De acordo com Gustavo Barbosa, diretor-presidente da CBTU-MG, a expectativa é de que o metrô não pare nesta terça. "Esperamos que o funcionamento persista ao longo do dia, transcorrendo normalmente a mobilidade urbgana de BH, atrávés do nosso sistema", argumentou.
No entanto, o Sindicato do Metroviários de Minas Gerais (Sindmetro) que, na troca de turno, o serviço pode parar. Segundo representantes da entidade, a CBTU teria colocado nove trens para rodar, apenas com supervisores.
“Como a jornada do maquinista é de no máximo 6 horas, por segurança, provavelmente até 12h já não teremos mais trens para rodar”, informou o Sindimetro.
Para tentar solucionar o impasse, uma audiência online foi convocada pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 3ª Região, para as 14h30 desta terça. Vão participar da reunião representantes da CBTU e do Sindmetro, para discutir a situação da greve.
Greve do metrô
Os metroviários decidiram pela greve em assembleia realizada na última sexta-feira (11). A paralisação estava marcada para ter início nesta terça (14). No entanto, não houve adesão suficiente. Ainda não há informação sobre a duração do movimento.
A reivindicação, neste momento, é pela revogação do leilão do metrô de BH, realizado em 22 de dezembro do ano passado e que foi vencido pela Comporte Participações S/A, de São Paulo, pelo valor de R$ 25.755.111.
A nova paralisação foi anunciada há menos de dois meses da última paralisação do serviço na capital. Em 14 de dezembro, o Sindimetro decidiu que as 19 estações não iriam operar. A greve total foi finalizada em 22 de dezembro, após o leilão da empresa.