(Carlos Roberto)
“Carnaval de rua, dos blocos. Esta é a verdadeira vocação do Carnaval de Belo Horizonte. O sistema das escolas de samba precisa ser modificado, se profissionalizar, senão fica muito difícil fazer as coisas acontecerem aqui”. Assim o presidente da Belotur, Mauro Werkema desabafou, nesta segunda-feira (11), logo no início do desfile das escolas na Estação do Samba, na Praça da Estação, região central de Belo Horizonte. Werkema ainda estava irritado sobre o impasse que antecedeu o desfile das escolas, que, por desorganização, chegaram a ameaçar boicotar a festa e pressionaram por aumento da verba, que passou dos R$ 25 mil iniciais para R$ 37,5 mil para as escolas do Grupo A, e de R$ 12.500 para R$ 18.750 para as do Grupo de Acesso. “Na primeira quinzena de março vou me reunir com representantes das escolas de samba para buscar nova fórmula para a apresentação para o Carnaval de 2014. Da maneira que está não funciona, mas acho que as escolas devem mesmo brigar por mais investimentos”, disse. Werkema destacou o carnaval realizado por mais de 70 blocos de Belo Horizonte, muitos com o apoio da Belotur, para ele, “a verdadeira vocação carnavalesca da cidade”. Ele revelou que este ano a Prefeitura está investindo cerca de R$ 3,4 milhões de recursos municipais no Carnaval de Belo Horizonte. Desfile começa com atraso de meia-hora Com um atraso de pouco mais de meia-hora, o desfile das escolas de samba de Belo Horizonte foi aberto às 19h30 desta segunda-feira na Estação do Samba, na Praça da Estação, região Central da capital mineira. A responsabilidade da abertura da festa coube às novata Força Real, seguida imediatamente pela Imperavi de Ouros, formada pela união das escolas veteranas Imperatriz e Bem-te-vi, que encerraram suas atividades; A Força Real apostou num enredo que contou a história das cartas do baralho, com o samba-enredo "Sorte ou azar? as cartas vão falar” e, apesar das limitações e o modesto contingente de cerca de 250 integrantes e dois carros alegóricos, cumpriu seu papel no Boulevard Arrudas. Logo em seguida entrou a Imperavi de Ouros, que, tendo como base a experiência das duas agremiações que a formaram mostrou mais conjunto e animou as arquibancadas com o samba-enredo “Rufam os tambores, o folclore está no ar”. Mas o desfile começou mesmo a pegar fogo com a entrada da Acadêmicos de Venda Nova, a primeira das quatro escolas do Grupo A. Bastante aplaudida e prestigiada pelos presentes nas arquibancadas. a escola mostrou a que veio com o samba-enredo “Sambalelê, Venda Nova desperta a criança em você”. Logo depois foi a vez da Escola de Samba Estrela do Vale, com o samba enredo "Vale Tudo por Amor”, com 11 alas, representado grandes romances e cenas de amor ao longo da história. Logo em seguida, a riqueza história de Minas, passando pelo ciclo do ouro, a Inconfiência Mineira, o sonho de liberdade, nosso povo e sua religiosidade dentre outros aspectos, todos embalados pela canto da sereia Yara. Estes são alguns dos aspectos que compõem o enredo do samba "Pela História de Minas - Yara Tupinambá", da Grêmio Recreativo Escola de Samba Canto da Alvorada para o Carnaval deste ano. Ao todo, 750 integrantes distribuídos em 16 alas. A artista Yara Tupinambá irá desfilar no último carro, para fechar a apresentação com "chave de ouro". Para finalizar, a Escola de Samba Cidade Jardim iria "viajar" nas histórias dos "loucos" geniais, como Napoleão - todo hospício que se preza tem que ter um - e o "menino Maluquinho", criação do grande ilustrador mineiro Ziraldo Alves Pinto. Nosso "louco" mais amado, o cantor e compositor baiano Raul Seixas, o "Maluco Beleza". Mas a personalidade, força e criatividade da escola está mesmo representada é na figura da carioca "dona" Júnia Rodrigues de Moura, destaque da ala das baianas. Além de ajudar na confecção dos trajes e adereços, ela confessa que sua paixão é desfilar na avenida.