(Leonardo Morais)
De forma tímida e pouco utilizada, a Estação Vilarinho, na região de Venda Nova, em Belo Horizonte, foi integrada ontem ao Move, junto com outras duas linhas troncais e todos os módulos de transferência ao longo da avenida Pedro I e Vilarinho. Segundo a BHTrans, a nova fase do sistema tem previsão de atender cinco mil pessoas diariamente. No entanto, a agilidade dos ônibus ainda esbarra na infraestrutura inacabada dos corredores. As novas linhas que foram incorporadas ao Move são as já existentes 63 (Estação Venda Nova/Lagoinha) e 65 (Estação Vilarinho/Centro). Ambas mantiveram os horários e a quantidade de carros antigos. Porém, elas deixam de trafegar pela pista mista e passam a circular nos corredores exclusivos para ônibus. Na linha 63, que atenderá 3 mil pessoas ao dia, são sete carros modelo padron e intervalo em horário de pico a cada dez minutos. A linha só irá até o Complexo da Lagoinha. Já a linha 65 também contará com sete veículos, modelo articulado e uma janela de tempo a cada 15 minutos em períodos de maior demanda. Este trajeto agora segue até as estações na avenida Santos Dumont e Paraná e não mais até a Praça Sete. Ganhos Segundo o diretor de transporte público da BHTrans, Daniel Marx Couto, as novas linhas e a inclusão da Estação Vilarinho no sistema, interligará toda a rede de ônibus das regiões da Pampulha e Venda Nova da capital mineira. “Também retira mais ônibus da pista mista. Até agora, 70% dos ônibus convencionais passaram pelo processo”, afirmou. Daniel informa que a linha 6025, que funcionava só em horários de pico, agora vira alimentadora, indo até a Estação Vilarinho. “Outras cinco itinerários convencionais deste terminal também serão integradas ao Move. Em uma próxima etapa, também criaremos uma nova linha troncal, que irá direto entre a Vilarinho e o Centro ”, afirmou Couto. A administradora Miriam Andrade, de 53 anos, usou pela primeira vez a linha 65 e aprovou a viagem. “Levei 45 minutos do Centro até a Vilarinho. Por ser o primeiro dia, foi bem vazio. Mas gostei muito”, disse. Desrespeito A agilidade no trânsito, principal vantagem do Move, fica comprometido na avenida Vilarinho. No primeiro dia de operação do sistema no corredor, carros particulares invadiam a faixa exclusiva da via a todo momento. Ao mesmo tempo, vagas de estacionamento foram extintas da avenida, mas mesmo assim, muitos veículos paravam sobre os antigos espaços. O resultado foi trânsito lento na via, mesmo fora da hora de pico e praticamente nenhuma fiscalização. Segundo o diretor de transporte público da BHTrans, Daniel Marx Couto, uma licitação para a compra e instalação de radares de detecção de invasão de faixa será concluída em quatro meses. “Esses equipamentos serão espalhados por toda a cidade e também fiscalizarão o excesso de velocidade, avanço de semáforos e a invasão de pista exclusiva”, disse. Canteiro de obras Já na avenida Pedro I, apesar da conclusão das estações de transferência municipais do Move estarem concluídas, parte da obras continuam no entorno, como nos passeios ou nos canteiros centrais. Nenhuma faixa indica que as unidades entraram em operação. Os módulos do Move Metropolitano ainda estão em construção, mas em fase final. Saiba mais A BHTrans não tem plano B caso a Justiça obrigue a interdição da Estação São Gabriel. Segundo o diretor de transporte público da autarquia, Daniel Marx Couto, a responsabilidade da obra é da Sudecap, mas não há risco para os usuários do Terminal. “Inoperante, esse espaço não pode ficar. É muito precipitado ainda falar em caso a justiça pedir para interromper o funcionamento. Mas decisão judicial não se discute, se cumpre”, afirmou. Uma perícia pelo Instituto Mineiro de Perícias identificou "processo inicial de deformação" na Estação São Gabriel e apontou risco de risco de ruptura e queda de peças metálicas da cobertura da estação. A Sudecap ainda não se posicionou sobre o assunto.