Mais uma criança com menos de 1 ano morreu por complicações da Covid-19 em Minas. No início de dezembro, eram sete óbitos nessa faixa etária. No entanto, em dois dias, esse número cresceu quase 30%. Até esta quarta-feira (30), a Secretaria de Estado de Saúde (SES) confirmou que nove bebês perderam a vida após contrair o novo coronavírus.
Na terça-feira (29), o boletim epidemiológico da SES registrou o primeiro óbito de crianças dessa idade em dezembro. Hoje, outra morte foi contabilizada entre as 169 vítimas da doença, registradas nas últimas 24 horas, no território mineiro.
Conforme o órgão, “em respeito à privacidade das famílias, não são divulgados detalhamentos”. Por isso, não há informações sobre o quadro clínico das crianças nem onde moravam.
Segundo o médico Leandro Cury, membro do Comitê de Enfrentamento à Covid-19 de Ibirité, na Grande BH, criou-se uma falsa sensação de que só adoece quem faz parte do grupo de risco.
“Esse aumento da pandemia agora está mostrando que não é isso. Não há ninguém imune. Todos estão vulneráveis”, frisou o infectologista.
O médico ressalta, ainda, que a gravidade em crianças e adolescentes pode estar relacionada à uma predisposição genética. “Vale lembrar que o vírus pega cada pessoa de um jeito. Ele se comporta de forma diferente em cada organismo”, complementou.
De acordo com o levantamento da SES, 11.784 pessoas perderam a vida pelo novo coronavírus em Minas. Destes, 17 têm menos de 9 anos. Já entre 10 e 19 anos foram 14 mortes.
Cerca de 80% das vítimas têm 60 anos ou mais e a maioria (57%) é formada por homens. Ainda segundo o boletim, 74% dos pacientes que morreram apresentaram comorbidades.
Boletim epidemiológico
Em 24 horas, Minas registrou o segundo maior número de casos de Covid desde o início da pandemia, em março deste ano. No período de um dia, foram 6.391 testes positivos, ultrapassando os 536 mil infectados.
Belo Horizonte lidera o Estado em número de casos e mortes pelo vírus. A capital mineira já contabilizou 60.434 infectados e 1.852 mortes. Na sequência, vem Uberlândia, no Triângulo Mineiro, com 41.497 registros da doença e 735 óbitos.
*Com Renata Galdino
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