(Lucas Prates/Hoje em Dia)
O pico da pandemia de Covid-19 em Minas deve ocorrer em 6 de junho, com 200 óbitos e 3 mil casos confirmados da doença. A previsão foi apresentada pelo subsecretário de Vigilância em Saúde, Dario Brock Ramalho, durante coletiva nesta terça-feira (5). Até o momento, o Estado tem 90 mortes e 2,3 mil doentes.
A estimativa foi feita a partir de dados matemáticos e comportamentais analisados por uma equipe da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG). Os números podem variar conforme o comportamento da população. Se o isolamento social for mantido, a curva é postergada. Mas, se as pessoas relaxarem e saírem mais de casa, abrindo mão das medidas de segurança, a situação pode ocorrer até mesmo antes do previsto.
“A curva está em ascensão em todo o Brasil e em Minas não seria diferente. Mas, mantidas as medidas e a cooperação da sociedade, ela terá um achatamento contínuo”, afirmou Ramalho.
Minas é um dos estados com menores índices de casos e mortes por Covid. Em São Paulo, já foram confirmados mais de 2,6 mil óbitos, enquanto no Rio de Janeiro, mais de mil. No país, 7,3 mil pessoas perderam a vida após contrair a doença.
Durante a coletiva, o secretário de Saúde Carlos Eduardo Amaral esclareceu que as estimativas são refeitas a todo momento e que pelo menos cinco projeções já foram apresentadas. “Fizemos muitas previsões, mas elas dependem de como nós conduzimos o presente para que não venham se concretizar”.
O secretário informou ainda que a taxa de ocupação de leitos em Minas com pacientes com o novo coronavírus flutua entre 3% e 5%.
Coreia do Sul
Na coletiva de segunda-feira (4), Carlos Eduardo afirmou que a eficiência de Minas no combate à Covid-19 é comparável à da Coreia do Sul, um dos países mais bem-sucedidos no enfrentamento à pandemia.
Como as localidades apresentam realidades diferentes (especialmente em relação ao uso da testagem), o secretário foi questionado sobre como o Estado e o país asiático poderiam ser comparados. Ele disse que Minas tem um perfil de curva da pandemia semelhante ao da Coreia.
Para o gestor, o sucesso por lá não se deve apenas à testagem em massa. “Existe uma situação sobre a qual falamos pouco que é o comportamento do coreano. Os asiáticos usam máscaras com maior facilidade, eles têm maior adesão às recomendações do governo. Minas está conseguindo mimetizar esse tipo de comportamento”, disse Amaral.
O subsecretário Ramalho ainda acrescentou que tanto o sucesso da Coreia quanto o de Minas podem estar relacionados ao momento certo de ação na exigência do isolamento social. “De fato, Coreia e Singapura tiveram testagem em massa, mas também tomaram medidas precoces. Minas emulou no fechamento precoce, abortando o curso da epidemia”, explicou.