Estudante relata ter sofrido assédio de garçom dentro de casa noturna de BH

Uma postagem de uma estudante de 22 anos, em que denuncia um assédio sofrido dentro de uma casa noturna de Belo Horizonte na madrugada de sábado (13), teve grande repercussão nas redes sociais. Somente no Facebook, o texto de Paula Castro teve mais de 1.600 curtidas e quase 500 compartilhamentos.

Segundo Paula, ela celebrava seu aniversário no Night Market Rooftop, e, por volta das 5h, foi assediada por um garçom do estabelecimento, localizado no bairro Estoril, região Oeste da capital. Ela havia pedido a ele três garrafas de água e entregou ao rapaz um cartão de crédito por engano.

O garçom teria explicado a ela que era preciso passar o cartão de consumo da casa. “Foi quando ele disse: olha direitinho se você guardou na bolsa ou 'aqui', e pegou nos meus seios. Durante uns dez segundos, eu não tive reação, fiquei assustada. Depois voltei até ele e disse: 'você tem noção do que fez?”, relembra Paula, em entrevista ao Hoje em Dia.

Após o ocorrido, os seguranças da casa chamaram pelo gerente e a estudante pediu para ver as imagens da câmera de segurança, onde poderia haver a prova do assédio. “Eu chorava sem parar. O gerente foi a uma sala e voltou dizendo que a imagem esta fosca, não dava para ver nada. Depois de ver que a festa inteira ficou revoltada com a situação, ele mudou a versão e disse que as imagens eram de alta definição, mas que não tinha imagem nenhuma”.

De acordo com a estudante, mesmo depois de muitos pedidos, o gerente não mostrou a ela as imagens das câmeras. Ele teria chamado um primo de Paula para vê-las, mas o jovem afirmou que as imagens apresentadas não eram relacionadas ao momento em que a estudante foi até o balcão do estabelecimento.

Confira o relato no Facebook que viralizou:

Paula chamou a polícia, que compareceu à casa noturna. Depois disso, ela, o acusado de assédio, o gerente do estabelecimento e testemunhas foram encaminhadas à Divisão de Polícia Especializada da Mulher, do Idoso e do Deficiente, no Barro Preto.

A Polícia Civil dará início a uma investigação nesta semana e as imagens das câmeras poderão ser usadas para solucionar o caso.

A estudante agora pretende entrar com processos por danos morais contra o estabelecimento e contra o garçom. “Foi importante viralizar essa denúncia, para mostrar a outras mulheres que elas não podem se calar frente a um assédio”, diz Paula. Segundo ela, uma suposta responsável pela casa noturna ligou para seu telefone no domingo (14) para pedir desculpas.

O outro lado

A Night Market Rooftop se manifestou sobre o assunto por meio de uma nota, publicada no Instagram. “Por meio desta nota gostaríamos de manifestar o nosso profundo compromisso com nossos clientes, parceiros e colaboradores. Em atenção ao que ocorreu na madrugada de sábado, enfatizamos que repudiamos todo o tipo de violência, desrespeito e preconceito. Nossa historia não condiz com nenhum ato de violência ou desrespeito.

Nossa cliente Paula alega ter sido agredida por um colaborador, que nega as acusações. Todas as pessoas envolvidas direta e indiretamente foram ouvidas e o material de vídeo apresentado aos agentes competentes pela investigação. O atendente do bar está afastado de suas atividades até que o caso seja elucidado”.

O telefone de contato da casa noturna está desligado e a reportagem do Hoje em Dia não conseguiu falar com a gerência do estabelecimento.