Exercícios físicos podem aumentar em 5 anos a expectativa de vida dos idosos

Patrícia Santos Dumont - Hoje em Dia
13/07/2015 às 06:29.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:52
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

Exercitar-se durante 30 minutos seis vezes por semana, com intensidade moderada ou alta, pode garantir a homens idosos cinco anos a mais de vida. É o que constataram pesquisadores europeus ao comparar pacientes fisicamente ativos aos declaradamente sedentários. A explicação é simples: manter o corpo em movimento reduz os fatores de risco para doenças cardíacas, maior causa de mortes no mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

O estudo, realizado em Oslo, na Noruega, recentemente divulgado em publicações científicas internacionais, comparou os efeitos da atividade física aos benefícios experimentados por quem abandonou o cigarro ou nunca fumou. O monitoramento durou 12 anos.

Dos 5.738 participantes, com idades entre 60 e 70 anos, 37% morreram ao final do estudo. Os que sobreviveram haviam declarado praticar atividade física, regularmente, seis dias na semana. “O estudo, que é observacional, comprova que o sedentarismo é um dos principais fatores de risco, ao lado do colesterol alto, do tabagismo e da hipertensão. Importante, entretanto, é ter em mente que, para se exercitar, é preciso estar com a saúde em dia”, esclarece o cardiologista especialista em medicina do esporte Nabil Ghorayeb, coordenador clínico do Sport Check-up do Hospital do Coração (HCor), em São Paulo.

A pesquisa mostrou, ainda, que até para os que tinham mais de 70 anos a atividade física fez diferença quando levada em consideração o tempo de vida. Exercícios moderados feitos com regularidade reduziram em até 56% os riscos de morte na faixa etária. E, quanto mais vigorosa a atividade, mais tempo somado ao longo dos anos.

Algumas características gerais dos participantes como a relação entre o peso e a altura e os índices de colesterol e pressão arterial também foram levadas em conta. De maneira geral, constatou-se que a grande diferença para a expectativa de vida mais alta estava relacionada à prática esportiva. “Se o idoso fizer dos exercícios físicos parte de sua rotina diária, terá impacto positivo na qualidade de vida à medida que envelhece”, reforça o especialista do HCor.

Atividade muscular para dar força e melhorar a mobilidade

Os exercícios aeróbicos, como a corrida e a caminhada, mantêm o corpo enxuto, o metabolismo acelerado e aumentam a resistência. Mas, para os idosos, principalmente, não são o suficiente se a intenção for melhorar a saúde e prolongar o tempo de vida.

É que com o passar dos anos, sobretudo entre 60 e 70 anos, há perda de 15% a 20% da força muscular e de massa magra e óssea. Além disso, a mobilidade fica reduzida e há certa dificuldade para desempenhar tarefas cotidianas, como agachar ou curvar-se para pegar um objeto.

A solução é praticar atividades que exigem máximo esforço da musculatura, ensina o educador físico Igor Ravaiani, coordenador fitness da Body Tech Savassi, em Belo Horizonte. “Apenas atividade cardiorrespiratória não fornece, às pessoas dessa faixa etária, a resposta necessária. Quando o idoso começa a ter dificuldade na locomoção, para agachar e queixa-se de dores na coluna, por exemplo, é hora de iniciar um trabalho de força muscular”, explica.

Em casa

Exercícios feitos em casa, com ajuda de elásticos e alteres, por exemplo, podem ser uma opção para quem não tem paciência ou não gosta de se exercitar em academias. A recomendação, para todos, é fazer uma avaliação médica para atestar que não há nenhum problema de saúde que impossibilite algum tipo de atividade.

“É fundamental observar se há patologias cardíacas, músculo-esqueléticas, e manter os cuidados com base na faixa etária. Somente um profissional pode fazer essa avaliação”, reforça o educador físico Pedro Américo de Souza Sobrinho, doutor em ciências da reabilitação.

Segundo o especialista, é preciso ficar atento à respiração durante a atividade para evitar alterações na pressão arterial. “Jamais prenda o ar no momento da força”, alerta.

Para afastar qualquer possibilidade de problema em função da atividade esportiva, o economista Carlos Gomes Paulo, de 66 anos, adepto dos exercícios há mais de 30, não abre mão de um acompanhamento de perto. A combinação da atividade física diária com um personal trainer, garante ele, dá certo. “O que me incentiva é o enorme prazer proporcionado por essas atividades. Tento transmitir aos outros o quanto me faz bem ter incluído a prática esportiva no meu dia a dia”, comenta.

Exercícios físicos favorecem a autonomia e o bem-estar, estimulam o metabolismo, combate processos inflamatórios e melhoram as capacidades funcionais e cognitivas, como a atenção e a memória.

Atividade física na terceira idade pode prevenir ‘encolhimento’ do cérebro

Uma pesquisa realizada pela Universidade de Edimburgo, na Escócia, analisou dados de 638 pessoas com 70 anos submetidas a exames cerebrais. Os resultados mostraram que os fisicamente mais ativos tiveram menor retração do cérebro em relação aos que não se exercitavam. Por outro lado, os participantes que realizavam atividades de estimulação mental e intelectual, como palavras cruzadas ou leitura, não tinham efeitos benéficos em relação ao tamanho do cérebro.

No estudo, os pacientes apresentavam registros das atividades diárias e, ao final de 73 anos, eram submetidos a ressonâncias magnéticas para analisar as mudanças no cérebro. Segundo os pesquisadores, as vantagens da atividade esportiva estariam ligadas ao aumento do fluxo de oxigênio no sangue e de nutrientes para o cérebro.

Quando analisado o volume de substância branca no cérebro dos pacientes estudados, verificou-se, ainda, que os fisicamente ativos tinham menos lesões naquela área em comparação com os que se exercitavam menos. A substância branca um conjunto de fibras que promovem as conexões entre os neurônios.

Cuba é o primeiro no mundo a eliminar transmissão da aids de mãe para filho

Certificação concedida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) colocou o país da América Central como o primeiro do mundo a eliminar a transferência materna do vírus HIV e também da sífilis. Em 2013, apenas dois bebês nasceram com Aids em Cuba e três com sífilis congênita. O índice está abaixo dos limites estabelecidos pela OMS para a eliminação da transmissão.

De acordo com o órgão, todos os anos, cerca de 1,4 milhões de mulheres HIV positivas ficam grávidas no mundo inteiro. Caso não recebam tratamento, as chances de transmissão dos vírus na gestação são de 45%.

Seis países do continente americano estão em condições de solicitar à OMS a validação da dupla eliminação das doenças: Anguila, Barbados, Canadá, Estados Unidos, Montserrat e Porto Rico. Outros oito da região conseguiram eliminar a transmissão de mãe para filho do HIV, e 14 da sífilis congênita. Desde 2009, o número de crianças que nasceram com HIV caiu pela metade, passando de 400 mil para 240 mil, em 2013.

Associação aprova implante de stent no cérebro para tratar derrame

A Associação Americana do Coração aprovou o uso de stent no tratamento de pacientes que sofreram AVC. Ao contrário dos dispositivos usados no coração, que são deixados no lugar, os stents cerebrais aprisionam o coágulo e são removidos com ele. O paciente pode receber o tratamento até seis horas após o início dos sintomas, se o coágulo for em uma artéria grande.

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