(Enviada por Marcella Paiva)
A família do fisiculturista Allan Guimarães Pontello espalhou três outdoors em Contagem, na Região Metropolitana, com uma cobrança aos órgãos públicos para que a morte do rapaz, no dia 2 deste mês, na boate Hangar 677, seja esclarecida. “Os familiares e amigos de Allan Pontelo creem na justiça de Deus e exigem esclarecimentos dos órgãos competentes pelo seu assassinato”, diz a mensagem do outdoor, que também será colocado em dois pontos da capital.
Aos 25 anos, Allan morreu sob circuntâncias ainda nebulosas. A versão dos seguranças da boate é de que o rapaz foi flagrado usando drogas no banheiro do estabelecimento, localizado no bairro Olhos d'Água, região do Barreiro. Ao tentar fugir do local, saltando as grades de contenção, o fisiculturista já teria caído desacordado.
Já a família de Allan garante que ele foi espancado pelos seguranças. “Ele sofreu traumatismo craniano. Foi preciso fazer um enxerto no crânio para colocá-lo no caixão. Ele teve o nariz e dentes quebrados, ficou com o rosto deformado. Ninguém o reconheceu durante o velório”, afirma a fotógrafa Marcella Paiva, namorada de Allan.
Depoimentos
Segundo Marcella, o amigo de Allan que teria presenciado o momento em que o fisiculturista foi abordado pelos seguranças, Daniel Philipe, iria prestar depoimento no Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) nesta terça-feira (12). Dênio Luiz Pontelo, pai da vítima, também estaria à disposição para depor. “O Daniel conta que tentou ir atrás do Allan, mas um segurança o impediu ao mostrar uma arma. Ele viu três homens abordarem o Allan”, relata Marcella.
A assessoria de imprensa da Polícia Civil não confirma os depoimentos porque o delegado responsável optou por não divulgar a agenda de investigação do caso.
Além dos outdoors, amigos e familiares de Allan têm usado o Facebook para falar publicamente sobre a morte do fisiculturista. Na semana passada, Marcella criou a página #JustiçaAllanPontelo, que tem mais de 3 mil curtidas.
Posição da boate
Em nota enviada à imprensa na época da morte de Allan, a boate Hangar 677 afirmou que os seguranças foram alertados que um jovem estaria fazendo uso de drogas no banheiro do local, mas tentou fugir após ser abordado. Segundo a Hangar, Allan foi conduzido para fora do evento, quando desmaiou. “Ele foi imediatamente socorrido e conduzido ao Posto Médico de plantão, que conta, inclusive, com UTI Móvel, sendo atendido pelo Dr. Pedro Henrique. Todos os esforços médicos possíveis foram utilizados no sentido de reanimá-lo. O Samu também foi acionado e chegou ao local com duas unidades. Infelizmente, a equipe de atendimento também tentou, sem sucesso”, diz a nota.