Durante as buscas, tutores acolheram outros dois pássaros que não tinham onde ficar: uma calopsita, que parece estar perdida, e um agapórnis
Amora (à esquerda) e Pitanga foram adotadas em novembro do ano passado, pouco tempo depois de nascer (Gabriella Sallit/Arquivo pessoal)
Uma família de Belo Horizonte procura há cinco dias pela calopsita de estimação - nesse intervalo, acabou acolhendo duas aves que não tinham onde ficar. Com campanha nas redes sociais, panfletagem e muito boca-a-boca, a tutora do animal e os quatro filhos, de 6 a 13 anos, não medem esforços para encontrar Amora. O pássaro, branco com uma mancha rosa, escapou na avenida Brasil, no bairro Funcionários, região Centro-sul da capital.
As buscas começaram na segunda-feira (5). A advogada Gabriella Sallit, de 45 anos, conta que estava limpando a gaiola quando a calopsita fugiu. “Eu fazia com frequência a tosa das penas, uma técnica para que a ave não voe. Mas elas são como cabelo, crescem de novo em pouco tempo. Então a Amora escapou e saiu voando pela Avenida Brasil”, explica. A tutora imediatamente foi ao prédio vizinho, onde acreditou que a ave poderia ter pousado, mas não a encontrou.
No mesmo dia, recebeu a informação de que o pássaro estaria na avenida Bernardo Monteiro, perto da residência da família, mas Amora teria se assustado ao ser chamada. “A melhor forma de fazer a captura, caso alguém encontre, é jogando um pano leve em cima do animal, para evitar que ele se assuste e fuja novamente”, orienta a advogada.
A calopsita Amora e a irmã, Pitanga, foram acolhidas pela família de Gabriella em novembro do ano passado, atendendo a um desejo dos filhos da advogada – as crianças, de 6, 8, 11 e 13 anos, sonhavam ter um animal de estimação.
Para diferenciar as aves, foi feita uma mancha com esmalte cor-de-rosa em Amora, o que pode facilitar a identificação do pássaro neste momento.
A ausência da calopsita entristeceu não só Gabriella e os filhos, que se afeiçoaram muito ao animal. Pitanga, ao ficar sem a companhia, parou de se alimentar, o que preocupou ainda mais a família.
Ainda na segunda-feira, Gabriella criou uma página no Instagram (@procurandoamora), contratou um de carro de som e, com a ajuda dos filhos, colou cartazes na vizinhança e distribuiu panfletos.
“Como há casos de pessoas que encontram calopsitas a um raio de 5 ou 7 quilômetros, entregamos muitos panfletos em escolas para conseguir ampliar as buscas, já que os alunos vêm de diferentes bairros”, conta.
No dia da fuga de Amora, Gabriella recebeu uma ligação da União Israelita de BH, que fica perto da residência da família. Por telefone, a pessoa disse ter encontrado Amora, mas foi um engano. Era outra calopsita da mesma espécie, porém perolada.
Paçoca foi acolhida pela família durante buscas por Amora (Gabriella Sallit/ Acervo pessoal)
Na falta de alguém para ficar com o pássaro, a advogada o levou para casa. Por orientações veterinárias, manteve o animal em outra gaiola, isolado. Como a calopsita estava assustada e com fome, havia o risco de entrar em conflito com Pitanga. Só que, no dia seguinte, as duas começaram a se aproximar, e Pitanga até encerrou a “greve de fome” com a presença de Paçoca, nome que a ave resgatada recebeu.
Situação parecida aconteceu 24 horas depois. Dessa vez, a família recebeu a ligação de uma pessoa que estava com um agapórnis, mas que não poderia manter o animal por já ter um cachorro em casa. O pássaro também foi acolhido. Diferentemente de Paçoca, Blue não interagiu muito com Pitanga, e Gabriella procura uma adoção responsável para a ave. A advogada considera ficar com Paçoca, caso não encontre o dono.
Advogada também busca um dono para Blue, um agapórnis. Antigos tutores não podem mais cuidar dele (Gabriella Sallit/Acervo pessoal)
Quem tiver pistas ou souber do paradeiro de Amora deve ligar para (31) 98833 8280. Informações sobre o caso estão no perfil @procurandoamora.
(*) Estagiária, sob supervisão da editora Ana Paula Lima
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