PROCURA-SE AMORA

Família faz campanha para encontrar calopsita que fugiu no bairro Funcionários, em BH

Durante as buscas, tutores acolheram outros dois pássaros que não tinham onde ficar: uma calopsita, que parece estar perdida, e um agapórnis

Gabriela de Castro*
gabriela.castro@hojeemdia.com.br
Publicado em 09/05/2025 às 08:00.
Amora (à esquerda) e Pitanga foram adotadas em novembro do ano passado, pouco tempo depois de nascer (Gabriella Sallit/Arquivo pessoal)

Amora (à esquerda) e Pitanga foram adotadas em novembro do ano passado, pouco tempo depois de nascer (Gabriella Sallit/Arquivo pessoal)

Uma família de Belo Horizonte procura há cinco dias pela calopsita de estimação - nesse intervalo, acabou acolhendo duas aves que não tinham onde ficar. Com campanha nas redes sociais, panfletagem e muito boca-a-boca, a tutora do animal e os quatro filhos, de 6 a 13 anos, não medem esforços para encontrar Amora. O pássaro, branco com uma mancha rosa, escapou na avenida Brasil, no bairro Funcionários, região Centro-sul da capital.

As buscas começaram na segunda-feira (5). A advogada Gabriella Sallit, de 45 anos, conta que estava limpando a gaiola quando a calopsita fugiu. “Eu fazia com frequência a tosa das penas, uma técnica para que a ave não voe. Mas elas são como cabelo, crescem de novo em pouco tempo. Então a Amora escapou e saiu voando pela Avenida Brasil”, explica. A tutora imediatamente foi ao prédio vizinho, onde acreditou que a ave poderia ter pousado, mas não a encontrou.

No mesmo dia, recebeu a informação de que o pássaro estaria na avenida Bernardo Monteiro, perto da residência da família, mas Amora teria se assustado ao ser chamada. “A melhor forma de fazer a captura, caso alguém encontre, é jogando um pano leve em cima do animal, para evitar que ele se assuste e fuja novamente”, orienta a advogada.

Procurando Amora

A calopsita Amora e a irmã, Pitanga, foram acolhidas pela família de Gabriella em novembro do ano passado,  atendendo a um desejo dos filhos da advogada – as crianças, de 6, 8, 11 e 13 anos, sonhavam ter um animal de estimação.

Para diferenciar as aves, foi feita uma mancha com esmalte cor-de-rosa em Amora, o que pode facilitar a identificação do pássaro neste momento.

A ausência da calopsita entristeceu não só Gabriella e os filhos, que se afeiçoaram muito ao animal. Pitanga, ao ficar sem a companhia, parou de se alimentar, o que preocupou ainda mais a família.

Ainda na segunda-feira, Gabriella criou uma página no Instagram (@procurandoamora), contratou um de carro de som e, com a ajuda dos filhos, colou cartazes na vizinhança e distribuiu panfletos.

“Como há casos de pessoas que encontram calopsitas a um raio de 5 ou 7 quilômetros, entregamos muitos panfletos em escolas para conseguir ampliar as buscas, já que os alunos vêm de diferentes bairros”, conta.

Paçoca e Blue, 'hóspedes' da família

No dia da fuga de Amora, Gabriella recebeu uma ligação da União Israelita de BH, que fica perto da residência da família. Por telefone, a pessoa disse ter encontrado Amora, mas foi um engano. Era outra calopsita da mesma espécie, porém perolada.

Paçoca foi acolhida pela família durante buscas por Amora (Gabriella Sallit/ Acervo pessoal)

Paçoca foi acolhida pela família durante buscas por Amora (Gabriella Sallit/ Acervo pessoal)

Na falta de alguém para ficar com o pássaro, a advogada o levou para casa. Por orientações veterinárias, manteve o animal em outra gaiola, isolado. Como a calopsita estava assustada e com fome, havia o risco de entrar em conflito com Pitanga. Só que, no dia seguinte, as duas começaram a se aproximar, e Pitanga até encerrou a “greve de fome” com a presença de Paçoca, nome que a ave resgatada recebeu.

Situação parecida aconteceu 24 horas depois. Dessa vez, a família recebeu a ligação de uma pessoa que estava com um agapórnis, mas que não poderia manter o animal por já ter um cachorro em casa. O pássaro também foi acolhido. Diferentemente de Paçoca, Blue não interagiu muito com Pitanga, e Gabriella procura uma adoção responsável para a ave. A advogada considera ficar com Paçoca, caso não encontre o dono.

Advogada também busca um dono para Blue, um agapórnis. Antigos tutores não podem mais cuidar dele (Gabriella Sallit/Acervo pessoal)

Advogada também busca um dono para Blue, um agapórnis. Antigos tutores não podem mais cuidar dele (Gabriella Sallit/Acervo pessoal)

Quem tiver pistas ou souber do paradeiro de Amora deve ligar para (31) 98833 8280. Informações sobre o caso estão no perfil @procurandoamora.

(*) Estagiária, sob supervisão da editora Ana Paula Lima

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