Agentes de saúde de Minas Gerais estão 'caçando' os moradores da zona rural da área atingida pelo surto de febre amarela. É que este público irá receber a vacina contra a doença em casa. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou que equipes da pasta estão em busca ativa para imunizar imediatamente os moradores da zona rural. A população da zona urbana terá que ir até o posto de saúde para receber as doses.
A força-tarefa foi montada um dia após o Estado alertar sobre o surto da doença. Em apenas quatro dias, a SES recebeu 23 notificações de possíveis casos de febre amarela, sendo que 14 pessoas morreram. Por causa desta situação, foi emitido um alerta para 15 cidades que ficam nas regiões de Coronel Fabriciano, no Vale do Aço, Governador Valadares e Manhumirim, no Leste do Estado, e Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri.
Todos os casos notificados em Minas ocorreram em área rural, em pessoas do sexo masculino, com idade entre 7 e 53 anos, com início dos sintomas em dezembro de 2016. O alerta, porém, também vale para belo-horizontinos e moradores de outras cidades que vão viajar para esses locais, já que as ações para conter o avanço da doença ainda estão em curso.
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Prevenção
Segundo a Diretora de Vigilância Epidemiológica, Janaína Fonseca, em ambas as formas da doença, silvestre ou urbana, a principal forma de prevenção é por meio da vacinação. “A vacina é recomendada a todas as pessoas, principalmente para aqueles que moram ou vão viajar para áreas com indícios de febre amarela. Está disponível, de forma gratuita, em todas as unidades de saúde e deve ser administrada pelo menos 10 dias antes do deslocamento para áreas de risco. Ela é válida por 10 anos. As pessoas que não estiverem com doses em dia, precisam atualizar o cartão de vacina”, disse.
A Secretaria colocou à disposição 300 mil doses de vacina contra a febre amarela e outras 150 mil doses já foram solicitadas para o Ministério da Saúde. De acordo com a pasta, a quantidade é suficiente mesmo na atual situação de surto da doença.
Febre Amarela
É uma doença infecciosa grave, causada por vírus e transmitida por mosquitos, tanto em áreas urbanas e silvestres. Nas áreas urbanas essa transmissão se dá por meio do mosquito Aedes aegypti, mesmo transmissor da dengue, chikungunya e zika. Em áreas florestais, os principais vetores são os mosquitos Haemagogus e Sabethes.
A transmissão acontece quando uma pessoa que nunca tenha contraído a febre amarela ou tomado a vacina contra a doença é picada por um mosquito infectado. Ao contrair a doença, a pessoa pode se tornar fonte de infecção para o Aedes aegypti no meio urbano. Além do homem, a infecção também pode acometer macacos, que podem desenvolver a febre amarela silvestre e ter quantidade suficiente de vírus para infectar mosquitos e assim, infectar o homem.
As primeiras manifestações da doença são febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos por cerca de três dias. A forma mais grave da doença é rara e costuma aparecer após um breve período de bem-estar (até dois dias), quando podem ocorrer insuficiências hepática e renal, icterícia (olhos e pele amarelados), manifestações hemorrágicas e cansaço intenso. A maioria dos infectados se recupera bem e adquire imunização permanente contra a doença
*Com Alessandra Mendes