Os feriados da Semana Santa e de Tiradentes, ocorridos nas duas últimas semanas, provocaram uma queda de 30% no banco de sangue da Fundação Hemominas. O problema ainda não chegou às salas de cirurgia dos hospitais de BH, mas lança um alerta na área da saúde.
O motivo da preocupação é que, na semana que vem, há mais um feriado, o de 1º de maio. Além disso, a aproximação do frio faz com que as pessoas saiam menos de casa e estejam mais susceptíveis a viroses, doenças que impedem as doações.
De acordo com a gerente de captação e cadastro da Hemominas, Heloísa Gontijo, toda vez em que feriados são celebrados em um curto período de tempo, os bancos de sangue têm uma baixa.
“Nessa época, as pessoas viajam e se esquecem de vir doar sangue. Passamos sempre muito aperto, especialmente quando temos três semanas seguidas de feriados”, explica a gerente, acrescentando que, neste momento, o tipo sanguíneo que sofreu a maior queda no banco foi O Negativo – uma redução de 40%.
Outra preocupação é o tradicional aumento da demanda por atendimentos de emergência em hospitais do Estado em períodos com feriados. São épocas em que há aumento de acidentes de carro.
Heloísa explica que não é possível fazer um estoque de sangue antecipado, porque a validade de uma bolsa de sangue é curta. É preciso que haja doações ao longo de todo o ano.
“O Hemominas trabalha com estoque estratégico de três dias. Se o banco abaixa, pode-se chegar ao momento crítico de direcionar as bolsas de sangue somente para apenas as situações de emergência e cancelar as cirurgias eletivas nos hospitais”, exlica.
Convocação
Para que o banco de sangue não fique ainda mais baixo, a Fundação Hemominas convoca doadores cadastrados para reforçarem o estoque esta semana.
O estudante Luiz Mauro Dias, de 21 anos, aprendeu cedo a importância da doação. Desde o ano passado, ele faz questão de ir à Hemominas de três em três meses. “Agendei pela primeira vez esta semana. Foi ainda mais fácil”, conta.
Patrícia Oliveira, de 32 anos, percebeu a importância da doação frequente há oito anos, quando seu pai passou por um processo de hemodiálise. A partir desse momento, ela se planejou para fazer a doação três vezes por ano (número limite para as mulheres no período de 12 meses).
“Costumo ir aos sábados, mas quando não dá, vou durante a semana mesmo. Faço questão de ir especialmente em épocas próximas a feriados, pois na Hemominas me contaram que essa é a época em que a doação voluntária diminui”, diz.
Importante lembrar que a menstruação não impede a mulher de doar sangue, a não ser que o fluxo seja intenso ou que ela faça uso de medicamentos para aliviar cólicas. Confira quais são as condições e restrições para doação de sangue em hemominas.mg.gov.br.