Funcionários da rede hoteleira de Belo Horizonte envolvidos com a prostituição de luxo podem ser demitidos. O esquema comercial entre hotéis e profissionais do sexo da zona Sul da capital, denunciado na segunda-feira (15) pelo Hoje em Dia, foi condenado por entidades que representam o setor.
A presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Minas Gerais (ABIH), Rafaela Fagundes Vale, diz que o agenciamento de garotas de programa por estabelecimentos é irregular. No acordo, conforme o Hoje em Dia apurou, todas as partes são beneficiadas financeiramente.
Rafaela nega o envolvimento de empresários de hotelaria na “atividade”. Não descarta, porém, que terceiros – empregados, por exemplo – atuem como intermediários das garotas.
Obstáculo
“Cada hotel tem a sua forma de trabalhar. Nossa missão é inibir esse tipo de transação, na qual funcionários, principalmente recepcionistas que trabalham à noite, recebem comissão. Se houver flagrante dessa prática irregular, que inclui o oferecimento de book de garotas, o profissional será advertido e pode ser até demitido”, diz a presidente da ABIH.
Ela destaca que os hotéis conveniados à entidade são parceiros do governo no sentido de evitar a exploração sexual de menores e adolescentes. “Por meio de programas específicos, os funcionários são treinados para coibir essa prática criminosa”.
Fora do mapa
Para a diretora de Promoção Turística da Belotur, Stella de Moura, não existe “turismo sexual” em Belo Horizonte.
Segundo ela, o público que alimenta essa rede de prostituição vem à capital mineira, na maioria das vezes, a negócios ou para participar de eventos e acaba procurando o “serviço informal”.
“Infelizmente, há oferta e demanda e lucro com tudo isso. Como não se trata de crime, é impossível a Belotur coibir. Nosso foco é impedir a exploração sexual de crianças e adolescentes”
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