Fitoterápico contra o rotavírus será feito com plantas do Cerrado mineiro

Hoje em Dia
19/05/2015 às 20:17.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:07

Os extratos da Gabiroba e da Cagaita, duas plantas do Cerrado mineiro, serão base de um novo medicamento para combater o rotavírus. O estudo inédito está sendo feito por pesquisadores da Fundação Ezequiel Dias (Funed). A previsão é que o fitoterápico tenha um custo mais acessível para que possa ser distribuído pelo Sistema Único de Saúde (SUS).   A pesquisa tem o apoio do Programa de Incentivo à Inovação (PII), promovido pelo Sebrae Minas e pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Estado de Minas Gerais (SECTES).    Segundo a responsável pela pesquisa, Alzira Batista Cecílio, o estudo está em curso há cinco anos e comprovaram, ao longo deste período, que os extratos das duas plantas, a gabiroba e a cagaita combatem a infecção causada pelo rotavírus. “Estamos trabalhando para criar o primeiro medicamento fitoterápico específico para a rotavirose, que possa reduzir a carga viral nos pacientes e, assim, combater mais rapidamente os sintomas da doença. Estamos na fase de formulação para patentear o fitoterápico”, explica .   Além disso, a tecnologia não representa risco para a flora do Cerrado, isto porque as plantas serão cultivadas utilizando a técnica de micropropagação, que permite a rápida reprodução. O processo de produção é baixo, o que implica em um medicamento acessível tanto para o SUS, quanto para ser adquirido nas farmácias pela população. “A tecnologia ajudará no combate a um problema de saúde pública do país, beneficiando especialmente a população carente, hoje, a mais afetada pelo rotavírus”, diz a pesquisadora.    O rotavirus   O rotavírus causa diarreia aguda, com duração igual ou superior a 14 dias, que pode levar à desidratação, vômitos e febre, além de problemas respiratórios, como coriza e tosse. Segundo a Organização Mundial da Saúde, o rotavírus mata aproximadamente 610 mil crianças por ano no mundo, cerca de 5% de todas as mortes entre menores de cinco anos.   A transmissão da doença pode ser via fecal-oral, ou seja, o vírus é eliminado nas fezes do paciente, que em contato com a água e alimentos pode aumentar o risco de contaminação, principalmente pelas mãos. A principal medida para evitar a rotavirose é a higiene das mãos, que pode ser feita com água e sabão ou álcool-gel,  antes das refeições e após usar o banheiro.   O SUS disponibiliza uma vacina para prevenir a rotavirose em crianças de até seis meses de idade. Porém, para a população em geral, não existe vacina para prevenção das diarreias. A infecção pelo vírus pode acontecer em qualquer idade, mas é mais grave nas crianças. “O que se faz hoje é tentar amenizar os sintomas para que a infecção não se agrave, com medidas como hidratação e repouso”, explica a pesquisadora Alzira Batista Cecílio. 

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