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Folhas de café podem auxiliar no tratamento contra o mal de Parkinson, aponta pesquisa mineira

Da Redação*
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Publicado em 30/10/2023 às 07:49.
 (Freepik)

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Folhas de café têm potencial para serem utilizadas no tratamento do mal de Parkinson, doença neurodegenerativa que afeta o sistema nervoso. O subproduto, muitas vezes descartado, possui o composto Levodopa (ou L-DOPA), um fármaco que é usado. A constatação está em uma pesquisa em desenvolvimento pela Universidade Federal de Lavras (Ufla), no Sul de Minas.

Os pesquisadores ressaltam que vários outros compostos de importância medicinal também foram previamente observados nas folhagens e que, com futuros estudos aprimorados, será possível uma compreensão mais profunda de todas as possíveis aplicações na medicina.

“Esperamos que essa pesquisa abra caminho para a utilização dessas folhas com importantes usos medicinais. Dessa forma, muitos brasileiros que dependem do cultivo do café podem ser beneficiados pela colheita não só dos frutos, mas também das folhas dessa valiosa espécie agronômica”, afirma o principal pesquisador do estudo e doutorando do Programa de Pós-Graduação em Fisiologia Vegetal (PPGFV/UFLA), Thales Henrique Cherubino Ribeiro. 

O cientista refoerça que é preciso tempo para se traduzir as pesquisas em benefícios à sociedade. “No entanto, no contexto da nossa pesquisa, esse processo é mais acessível: em regiões onde o cultivo tradicional do café é uma prática comum, as comunidades locais têm o hábito de preparar e consumir o chá feito a partir das folhas dessa planta. Portanto, enfatizamos a recomendação do chá de folhas de café como uma fonte inestimável de nutrientes, desde que medidas fitossanitárias adequadas tenham sido tomadas para garantir que as folhas estejam livres de eventuais agrotóxicos”, ressalta Thales.

Mais sobre o estudo
A pesquisa analisou os “caminhos” metabólicos das folhas de duas espécies de café: Coffea arabica e Coffea canephora. Em ambas, foram identificadas enzimas importantes, como a Polifenoloxidase (PPO) e a DOPA descarboxilase (DDC), que produzem L-DOPA.

Por meio de técnicas de sequenciamento genético, os pesquisadores conseguiram desenvolver um modelo de todas os genes que são necessários para o funcionamento adequado da folha de café. 

“Alguns são óbvios e outros, ‘secretos’. Nosso trabalho foi focar em peças que ninguém tinha suspeitado que existissem em folhas de café. Ao final, foi produzida uma lista com diversos componentes até então desconhecidos que as análises de sequenciamento genético nos indicaram. Entre eles, estava o L-DOPA, no qual focamos.”

A equipe multidisciplinar desenvolveu, ainda, técnicas para provar a existência do L-DOPA nas folhas das duas espécies. Por meio das diversas análises, foi identificada, quantificada e confirmada a presença desse componente.

Publicação
A pesquisa resultou em um artigo publicado no periódico científico International Journal of Molecular Sciences, em agosto de 2023. O trabalho foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Café (INCT do café).

* Com informações da UFLA

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