Integrantes dos comitês de bacias hidrográficas do Rio das Velhas e São Francisco demonstraram preocupação com o desaparecimento dos córregos do Feijão e Ferro do Carvão, durante coletiva realizada na manhã desta quarta-feira (30), em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. “Foram totalmente destruídos, tirados do mapa. E ainda houve enorme comprometimento do Paraopeba, porque (o rejeito) ficou depositado no leito do rio”, afirmou Marcus Vinicius Polignano, integrante do Manuelzão.
Segundo ele, os rejeitos estão chegando a Pará de Minas, na região Central do Estado. Na terça-feira (29), a Vale informou que iria colocar uma cortina de contenção no local, para impedir que o conteúdo afete a captação de água da cidade. Até o momento, o barramento, no entanto, isso não foi feito.
A previsão do professor da UFMG é de que os rejeitos parem na Usina de Retiro de Baixo, em Felixlândia, e não cheguem à Usina de Três Marias e no rio São Francisco. “De toda forma é muito grave, compromete a qualidade da água e a captação, além do efeito sobre ecossistema”, disse.
Tragédia repetida
Segundo ele, é preciso ter atitudes e respostas claras sobre o que acontecerá com as outras barragens para que novos desastres não voltem a se repetir. “Há três anos ouvimos quase as mesas declarações. Estamos enterrando rios e pessoas. É inadmissível que continue essa política pública”, protestou Marcus Vinicius Polignano.
Para Anivaldo Miranda, do CBH Rio São Francisco, apenas os monitoramentos da água realizados pela Copasa e Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) não são suficientes. “É preciso trabalhar em prol da comunidade ribeirinha, recuperar o Paraopeba e toda sua bacia”, disse.
Tribo Pataxó
Na terça-feira (29), o cacique de uma tribo residente na região de Brumadinho pediu ajuda médica para os moradores. Segundo Hãyó, o cheiro da água está adoecendo os índios, que também estão sem alimento.
A tribo é composta por 27 famílias, com número entre 80 e 100 integrantes.
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