(Polícia Militar/Divulgação)
O aumento do tráfico de drogas no período carnavalesco é uma tendência esperada pelas forças de segurança, mas, antes mesmo da folia, os flagrantes já dispararam em BH. Em janeiro, a Polícia Militar atendeu 24 ocorrências por dia envolvendo apreensões de entorpecentes na capital. Um crescimento de 17% em relação ao mesmo período de 2017 e uma evidência de que o cerco aos atravessadores precisará ser reforçado.
Operações especiais já foram planejadas tanto pela PM quanto pela Polícia Civil. No entanto, a grande dificuldade para as corporações é conter a dispersão do tráfico em meio à multidão durante os desfiles de rua.
O delegado titular do Departamento Estadual de Combate ao Narcotráfico (Denarc), Wagner Pinto de Souza, explica que a distribuição das drogas acontece por todos os meios possíveis e, até mesmo, por indivíduos comuns, sem histórico de criminalidade.
“O maior desafio é que a prática está bastante pulverizada. Não se trata mais de poucos grandes traficantes. Há muitas pessoas nessa função, principalmente pelo fato de que é altamente rentável”, explica.
O “cardápio” de drogas em circulação durante o Carnaval é vasto e atende a demandas diferenciadas. Porém, a unanimidade entre os foliões, segundo Souza, é a cannabis.
“Tem (drogas) para todo tipo de público, de gosto e de bolso, mas as maiores apreensões são da maconha, que tem mais volume e odor. Drogas sintéticas, que são minúsculas, são encontradas com mais dificuldade”, destaca.
Brechas
Segundo dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), 63 mil ocorrências com apreensões de drogas foram registradas em todo Estado durante o ano passado. Um aumento de mais de oito mil casos na comparação com 2016.
O chefe da assessoria de imprensa da Polícia Militar, major Flávio Santiago, explica que as apreensões de drogas em todo Estado têm girado em torno de uma tonelada por semana.
“A PM tem ampliado o combate ao narcotráfico. Com as ações que estão sendo feitas no pré-Carnaval, já tiramos de circulação grande parte da droga que seria revendida durante as comemorações”, afirma.
As brechas nas divisas de Minas com outros Estados também contribuem para que o volume de substâncias ilegais apreendido seja cada vez maior.
O delegado Wagner Pinto de Souza afirma que a rota principal do tráfico está no Sul de Minas, sendo que a origem dos principais carregamentos está em países vizinhos ao Brasil.
“Praticamente toda a maconha apreendida vem do Paraguai e toda cocaína vem da Bolívia, passando pelas fronteiras. Mas, hoje, até o correio é usado como meio para o tráfico”, revela Souza.
O delegado reconhece, no entanto, que a estratégia para enfrentamento ao problema precisa ser aperfeiçoada em nível nacional. “As apreensões estão tendo um grande aumento, entretanto, percebemos que quanto mais se prende, mais drogas entram no país”.Editoria de Arte / N/A