Estado já teve mais de 60, mas o Arquivo Público Mineiro só encontrou retratos de 23
Sala de Retratos das Primeiras-Damas de Minas Gerais (Valéria Marques / Hoje em Dia)
Foi inaugurada nesta segunda-feira (7) a Sala de Retratos das Primeiras-Damas de Minas, no Palácio da Liberdade. Das mais de 60 primeiras-damas que o Estado já teve, o Arquivo Público Mineiro só encontrou 23 retratos. As demais molduras, vazias, permanecerão expostas como símbolo de um apagamento histórico e convite à reparação.
Familiares das primeiras-damas e cidadãos estão convidados a contribuir com fotos e informações para preencher essas ausências, a partir do envio desses conteúdos para o e-mail memoria@servas.org.br.
Pela primeira vez na história de Minas, o retrato de uma mulher que participou ativamente da política do Estado ocupará as paredes de um espaço oficial do governo. Entre as mulheres já retratadas, estão nomes como Risoleta Tolentino Neves (1917-2003), educadora e ativista social, e Sarah Kubitschek (1908-1996), criadora de projetos pioneiros que inspiraram o Brasil.
Também está sendo homenageada Maria Lúcia Cardoso, que foi casada com o ex-governador Newton Cardoso.
"Me sinto muito honrada de ter minha foto nessa sala dedicada a todas as mulheres presidentes do Servas e ex-primeiras damas que exerceram um papel no passado, mas deixaram seu legado", destacou.
“Esse é um espaço que nasce para resgatar, valorizar e perpetuar a memória de mulheres que dedicaram parte de suas vidas ao bem-estar do povo mineiro e que a partir de dona Sarah Kubitschek assumiram também a missão de liderar o Servas”, ressaltou Christiana Renault, atual primeira-dama e presidente do Servas, durante a solenidade.
O espaço escolhido para essa reparação histórica também carrega significado: a antiga Pinacoteca 3, que entre as décadas de 1970 e 1980 organizava o acervo artístico do Estado, agora se transforma em uma galeria de memória feminina e política. A nova sala reflete ainda o compromisso do Governo de MInas em ampliar o protagonismo das mulheres na gestão pública — hoje, presente em secretarias estratégicas, nas forças de segurança e em diversas áreas de governo.
A presidente do Servas ressaltou ainda a importância da mulheres na construção da história do estado. "Historicamente o Palácio da Liberdade carregou em suas paredes a trajetória de grandes homens que governaram o nosso estado, contudo até então não havia um espaço para as mulheres que ao lado deles ajudaram a construir essa hisória com dedicação, coragem e sensibilidade e muita renuncia. Mais do que isso, a história nos mostra que nos bastidores são as mulheres que garantem tudo esteja em ordem para que os grandes feitos sejam pensados e concretizados", apontou.
A ação é uma iniciativa do Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo, e do Serviço Social Social Autônomo Servas.
* Com informações da Agência Minas
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