Moradores entendem importância do trabalho de catadores, mas denunciam falta de limpeza na região
Em 2022, a reportagem do Hoje em Dia esteve no local e mostrou situação semelhante (Valéria Marques/Hoje em Dia)
Moradores e comerciantes das proximidades da Praça João Pessoa, no bairro Santa Efigênia, região Centro-Sul de Belo Horizonte, reclamam que o local está tomado por lixo e resto de materiais recicláveis, além de ratos e baratas. O Hoje em Dia esteve na região nesta sexta-feira (21) e constatou a sujeira que tanto incomoda quem mora, trabalha ou passa pela área.
O encarregado de obras Carlos Alves trabalha na região e denuncia o abandono do local. Diz que desde quando a praça virou ponto de apoio para catadores fazerem a separação do material, a situação está ficando, cada vez mais, insuportável devido à sujeira e ao mau cheiro.
"Aqui já foi um ótimo lugar, inclusive para curtir o fim de semana, com feirinha e tudo. Agora, parece um lugar abandonado. Entendo que os trabalhadores que coletam recicláveis precisam trabalhar, mas acredito que haja um lugar melhor para isso", avalia Alves.
O abandono relatado pelo encarregado de obras não é algo novo. Em 2022, a reportagem do Hoje em Dia esteve no local e mostrou situação semelhante. À época, a Prefeitura de Belo Horizonte informou que realizava estudos para realocação dos catadores e trabalhadores de materiais recicláveis que atuavam no local.
Procurada nesta sexta-feira, a PBH informou que a praça passa por processo de limpeza, incluindo lavação, três vezes por semana. E que o município tem buscado promover a proteção social e apoio ao trabalho de triagem e venda dos materiais recicláveis recolhidos por este grupo de catadores autônomos, fazendo o transporte do material acumulado na praça para a cooperativa Coopesol duas vezes por semana.
O executivo municipal detalhou que há, também, em perspectiva avançada a cessão de um lote para a construção de um Centro de Triagem para os catadores, que irá atender às demandas de melhor organização do trabalho deste grupo, permitindo que realizem a triagem dos materiais.
"A Prefeitura de Belo Horizonte informa que além da varrição rotineira, feita três vezes por semana (segunda, quarta e sexta-feira), o local também recebe uma varrição extra todos os dias pela manhã, tarde e noite. A lavação é feita quatro vezes por semana. Por semana, são gastos 50 quilos de sabão e 50 litros de desinfetante na lavação. Aos domingos também é feita uma limpeza no local. A coleta de resíduos domiciliares é diária, de segunda a sábado.
A PBH realiza o acompanhamento do Coletivo Maladezas por meio de ações intersetoriais e tem buscado promover a proteção social e apoio ao trabalho de triagem e venda dos materiais recicláveis recolhidos por este grupo de catadores autônomos. A SLU disponibilizou o transporte do material acumulado na praça para a cooperativa Coopesol duas vezes por semana.
Os catadores que estão em situação de rua também são acompanhados pelo Serviço Especializado em Abordagem Social (SEAS) para acesso a direitos, como regularização da documentação civil, acesso a benefícios sociais por meio do Cadastro Único e oferta para inserção no Programa Bolsa Moradia.
Há também em perspectiva avançada a cessão de um lote para a construção de um Centro de Triagem para os catadores, que irá atender às demandas de melhor organização do trabalho deste grupo, permitindo que realizem a triagem dos materiais de forma mais eficiente. O projeto foi construído através de um grupo de extensão da Escola de Arquitetura da PUC Minas, em parceria com a Coopesol e com o Coletivo Maladezas. A execução do projeto será realizada por meio de emenda parlamentar de transferência especial. Durante os últimos meses, o projeto precisou passar por adequações orientadas pela Secretaria Municipal de Política Urbana, de forma a atender a legislação municipal."
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