(Wesley Rodrigues/Hoje em Dia)
A alta nos termômetros acende o alerta para a alimentação das crianças. O forte calor, aliado ao período de férias, leva muitos pequenos a abusar de guloseimas, o que pode ocasionar desidratação, intoxicação alimentar e problemas intestinais. Para evitar transtornos, a recomendação aos pais é garantir aos filhos alimentos leves e de fácil digestão. “Frutas e sucos naturais são ricos em vitaminas e nutrientes, além de ajudarem a amenizar os efeitos do sol”, explica o vice-presidente do Comitê de Nutrição da Sociedade Mineira de Pediatria, Joel Alves Lamounier. Na casa da assessora de imprensa Daniela Colen, a regra é diversão até na hora das refeições. Em dias de muito calor, Miguel, de 3 anos, e Diego, de 7, têm no cardápio frutas, sucos, legumes e verduras. “Procuro oferecer uma variedade de alimentos saudáveis. No verão, não é diferente, destaca”. desafio Mas nem sempre a tarefa de convencer a criança a comer frutas é fácil. O menino Antônio Francisco, de 10 anos, costuma rejeitar. “Se deixar, ele fica só no fast food, nos salgados e no doce. Troca almoço e jantar por qualquer petisco”, conta a funcionária pública Amanda Francisco. Alimentos industrializados podem comprometer a digestão. Crianças de até 12 anos tendem a ter dificuldade em digerir produtos condimentados e industrializados em dias de muito calor. Além disso, consumidos em excesso, contribuem para a obesidade infantil. No calor, é preciso ficar atento também à hidratação. “A água é o melhor combustível, tanto para crianças quanto para adultos. No calor, a hidratação e a boa alimentação proporcionam essa reposição”, explica a pediatra Márcia Parizzi. A assistente administrativa Adjane Ferreira Caetano Brito sabe o quanto é importante manter a filha Beatriz, de 6 anos, bem hidratada. A menina, que tem o intestino preso, bebe bastante água. “Ela não gosta de refrigerante, o que ajuda muito. Procuro fazer sucos das frutas e preparar coisas leves”, conta. Mamá gelado Para amenizar o calor dos bebês, mães estão adaptando a forma de amamentar. A novidade é o “peitolé”, picolé feito do leite materno, muito conveniente em dias de calor forte. O preparo é simples e tem ganhado adeptos (veja ao lado). O primeiro verão de Iolanda, de 6 meses, está mais refrescante. “Ela adora o peitolé. Ameniza o calor e, ao mesmo tempo, vira uma diversão”, conta a mãe Letícia Murta, jornalista e autora do Blog “Eu curto ser mãe”. Para pediatras, a novidade estimula a curiosidade dos bebês. “Eles se sentem confortáveis com esse geladinho. É uma forma nova de oferecer esse alimento tão familiar e essencial para o desenvolvimento”, explica a pediatra Márcia Parizzi. O peitolé deve ser oferecido com moderação, não podendo substituir uma mamada ou uma refeição.