(Valéria Marques / Hoje em Dia)
O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), classificou como 'precipitação inadequada' o processo aberto na Câmara Municipal, na quinta-feira (13) para romper o contrato firmado entre o Executivo e as empresas de ônibus. A afirmação foi feita nesta sexta-feira (14).
Para Fuad, a medida tem o objetivo de "atrapalhar" a metrópole. "Uma precipitação inadequada. Não tem nenhum processo no Tribunal de Contas nem na Justiça sobre isso, então querer fazer isso é simplesmente querer atrapalhar a vida da cidade", criticou.
O prefeito de BH avaliou ainda que o problema dos ônibus deve ser analisado com o objetivo de encontrar soluções "ponderadas" em benefício da capital.
"Se eu parar os ônibus hoje a cidade para e eu vou gastar um ano para recuperar os ônibus. Temos que encontrar soluções calmas e ponderadas em benefício da cidade e não de interesse pessoal", afirmou, durante visita uma obra de pavimentação e drenagem urbana na comunidade Dandara, na região da Pampulha.
Processo
A fala de Fuad vem um dia após os vereadores iniciarem o processo para romper o contrato com as concessionárias. Conforme a CMBH, o primeiro passo agora será avaliar os documentos apresentados, trabalho que será feito pela comissão de mobilidade, presidida pelo vereador Bráulio Lara (Novo). Posteriormente serão feitas as convocações para ouvir testemunhas e buscar esclarecimentos.
A medida tem como base uma denúncia do Ministério Público. No texto, o órgão afirma que houve fraude nos processos de licitação das empresas de ônibus em BH, inclusive com a indicação de casos onde teriam sido utilizados “representantes laranjas” para esconder os verdadeiros donos de empresas e possibilitar fraude nas propostas apresentadas para a disputa.
O pedido de abertura de processo para romper o contrato das empresas de ônibus foi apresentado pelo presidente do Legislativo municipal, vereador Gabriel Azevedo (sem partido). Na mensagem o parlamentar afirmou que avaliar a situação é um direito dos moradores de Belo Horizonte e um dever dos vereadores da capital.
A reportagem procurou o vereador Gabriel Azevedo, presidente da Câmara Municipal, sobre as declarações do prefeito e aguarda retorno.