(Suziane Fonseca)
“Quanto mais mico, melhor!” é o tema da campanha de 2017 organizada pela Sociedade de Zoológicos e Aquários do Brasil, em parceria com a Associação do Mico-Leão-Dourado (AMLD), com objetivo de disseminar o conhecimento sobre a conservação do mico-leão-dourado, espécie endêmica da Mata Atlântica do litoral norte do estado do Rio de Janeiro. Atualmente, o primata se encontra na lista das espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção, na categoria “em perigo”.
Além de mobilizar a participação do público brasileiro para proteger esses primatas, a campanha mostra a importância dos zoos para a conservação da natureza. Trata-se de um banco genético que pode ser utilizado para ajudar a salvar espécies ameaçadas de extinção. No caso do mico-leão-dourado, o trabalho de reintrodução na natureza de animais vindos de zoológicos de diversos países é um exemplo reconhecido internacionalmente.
A espécie integra o plantel da Fundação Zoo-Botânica de BH desde o ano 2000. A instituição já reproduziu mais de uma dezena de filhotes. Atualmente, no jardim zoológico da FZB-BH há 15 animais no acervo, sendo três vindos de outras instituições e 12 nascidos no zoo de BH – alguns deles gêmeos, algo comum na espécie, como os dois filhotes que nasceram em setembro de 2016.
De acordo com Mara Cristina Marques, bióloga da Fundação Parque Zoológico de São Paulo e coordenadora do programa de manejo do Mico-Leão-Dourado fora da natureza, dez zoológicos brasileiros mantêm, atualmente, uma população de mais de 50 indivíduos. “A Fundação Zoo-Botânica de Belo Horizonte participa ativamente do programa de manejo fora da natureza, mantendo em suas instalações grupos familiares da espécie cujo manejo bem-sucedido resultou no nascimento de diversos filhotes, os quais reforçam a população e contribuem cada vez mais com a recuperação e conservação da espécie”, explica.
O mico-leão-dourado está inserido nesse tipo de programa de manejo desde a década de 80. “O objetivo é a manutenção de uma população estável, retendo 90% da diversidade genética e trabalhando como uma população backup, além de promover a educação ambiental e pesquisa”, complementa Mara.