Produtores rurais do Norte de Minas Gerais estão investindo em tecnologia e na expansão do mercado para driblar os impactos provocados pela seca que assola a região, principalmente, nos últimos dois anos.
Além do melhoramento genético e do consequente fortalecimento do plantel – estimado em três milhões de cabeças, dos quais 80% são destinados ao corte –, os pecuaristas estão aprimorando as técnicas de inseminação artificial e o manejo do gado na região, considerada a de maior vocação não só no Estado como em todo o Sudeste brasileiro.
“A cada ano que passa, os produtores vão se qualificando mais. Por isso, às vezes, as secas vêm mais graves, mas os efeitos são menores”, afirma o vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais e presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Montes Claros, Ricardo Laughton.
Segundo ele, os pecuaristas estão mais conscientes da importância de buscar alternativas que ajudem a incrementar a produção. O assunto está na pauta de discussões da Expomontes, maior feira de agronegócio do Norte de Minas, que acontece até 10 de julho.
“Nesse evento, realizamos painéis, seminários e palestras a fim de trocar ideias e discutir a adoção de novas técnicas para a pecuária da região”, diz Laughton.
Estratégia
De acordo com o diretor técnico de assistência veterinária da Sociedade Rural de Montes Claros e um dos organizadores da Expomontes, Marcos Mendes, a globalização do mercado de gado de corte também tem ajudado os produtores a evitar perdas durante o período de estiagem.
“Na época da seca, intensificamos a exportação para regiões tradicionalmente consumidoras, como Belo Horizonte, Triângulo Mineiro, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso e parte do Nordeste. Não é o ideal do ponto de vista econômico, mas a medida impede que o gado morra aqui”, afirma Mendes.
A expectativa do diretor técnico é a de que a Expomontes chame ainda mais a atenção para o plantel da região.
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