(Lucas Prates)
O goleiro Bruno Fernandes pode deixar a Penitenciária de Segurança Máxima Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) antes mesmo que saia sua sentença no processo sobre o desaparecimento e morte de Eliza Samudio. Segundo o advogado Lúcio Adolfo, será julgado nesta quarta-feira (6) o pedido de habeas corpus impetrado pela defesa do atleta para que ele cumpra prisão domiciliar e seja liberado para trabalhar, já que teria recebido uma oferta de emprego por parte do time de futebol Boa Esporte Clube, de Varginha. O defensor disse ainda que vai concentrar suas forças no julgamento deste habeas corpus, sem deixar de lado o depoimento do goleiro Bruno, que começa a ser ouvido na tarde desta quarta-feira no Fórum Doutor Pedro Aleixo em Contagem. Já o promotor do caso, Henry Wagner Vasconcelos esta possibilidade é muito improvávevel. "Não acredito que o Tribunal de Justiça vai deferir o habeas corpus com o julgamento em curso", alegou o representante do Ministério Público. Ainda conforme Lúcio Adolfo, o depoimento de Dayanne Rodrigues não prejudicou a defesa do o goleiro e "carregado de sinceridade". O defensor deve se encontrar com o réu antes da sessão e disse que tudo vai depender do goleiro em seu depoimento nesta quarta-feira. "Amanhã vou ter uma conversa com ele e vamos traçar nossas diretrizes objetivando um esclarecimento maior dos fatos", disse. O advogado adiantou ainda que vai trabalhar em três linhas de defesa. A primeira delas será uma tentativa de absolvição do goleiro Bruno. Além disso, Adolfo pode apostar em uma transição de participação de menor importância de seu cliente, sob o argumento de que ele não sabia que Eliza Samudio seria morta. E por último, uma tentativa de desqualificar os atenuantes do crime de homicídio pelos quais Bruno Fernandes é acusado ou dos crimes periféricos dos quais é acusado, como ocultação de cadáver e sequestro e cárcere privado. Ainda que condenado, existe a possibilidade de que Bruno deixe a cadeia de seis meses a um ano. Segundo o Lúcio Adolfo, se a juíza Marixa Fabiane Lopes mantiver o critério que adotou na aplicação da pena de Luiz Henrique Ferreira Romão, o "Macarrão", de aproximadamente 20 anos e reconhecer uma redução de 40%, a pena cairia para 12 anos. O defensor colocou ainda um cenário onde os jurados reconheçam a participação de menor importância do goleiro no crime e a pena do réu seja fixada entre oito e dez anos, neste caso Bruno poderia deixar a cadeia em breve. "Na melhor situação, acredito que em seis meses ele pode estar em regime aberto e trabalhando", concluiu.