Um dos pioneiros nos estudos sobre células-tronco adultas, o Brasil agora desponta como referência internacional no uso de gordura autógena (da própria pessoa) para preenchimento e reconstrução mamária em pacientes com câncer.
De acordo com o médico especialista em cirurgia plástica Romeu Fadul Júnior, membro do corpo clínico do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, a técnica consiste no uso concomitante de células-tronco e enxerto de gordura ou próteses de silicone.
“O uso de células-tronco é um fator adjuvante na reconstrução mamária, melhorando a vascularização das regiões onde são enxertadas e auxiliando na integração dos enxertos de gordura e de outros tecidos transplantados para reconstruir a mama”, explica o especialista.
Para obter a gordura, a paciente é submetida a uma lipoaspiração. Em laboratório especializado, as células-tronco, que representam 1% do total do volume de gordura aspirado, são selecionadas e separadas.
Para o especialista, a principal vantagem do procedimento é a possibilidade de o seio ser reconstruído com tecidos da paciente, descartando a possibilidade de rejeição e a necessidade de substituições futuras, como no caso das próteses de silicone.
A cirurgia, que pode ser feita apenas com anestesia local ou associada à sedação, requer menos tempo de internação e possibilita uma recuperação mais rápida, quando comparada a outras técnicas. Com isto, é reduzido o risco de infecções hospitalares.
“A internação pode ser ambulatorial. A paciente tem alta no mesmo dia do procedimento. A sensibilidade à dor é variável, mas, por ser um procedimento menos extenso, pode ser menos dolorosa”, observa Romeu Fadul.
Como toda intervenção cirúrgica, porém, a técnica de reconstrução mamária com enxerto de gordura também apresenta algumas desvantagens, como risco de absorção, necrose parcial e deslocamento da gordura enxertada.
Por outro lado, quando bem sucedido, o uso da gordura é suficiente para recriar a aparência natural da mama, o que pode não acontecer com os implantes de próteses de silicone, que só devolvem o volume, mas não reconstroem o tecido gorduroso, observa o cirurgião plástico.
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