(Carlos Henrique)
Cento e noventa e sete escolas estaduais mineiras serão reformadas. A verba para as obras – R$ 41 milhões – serão liberadas ainda em 2015, garantiu o governo estadual. As unidades de ensino estão localizadas em 149 cidades e foram relacionadas em um diagnóstico feito pelo Estado.
O relatório apontou deficiências em 74% das escolas de Minas. Além dos novos investimentos, o governo anunciou a retomada de obras em outras 13 unidades escolares. As intervenções estavam paralisadas.
Em Taiobeiras, no Norte do Estado, a Escola Estadual Oswaldo Lucas Mendes é uma das que serão reformadas. Sem muros, que caíram por causa das chuvas em 2013, a unidade registrou dez furtos ao núcleo de informática. “Foram nove anos de luta e espera. Por causa da falta de estrutura, havíamos perdido o controle da escola, trabalhávamos com medo e desmotivados”, comentou a diretora, Mônica Costa.
Consertar o telhado, antes que as chuvas se intensifiquem, é a prioridade da Escola Estadual Vinícius Meyer, em Pouso Alegre, no Sul mineiro. Segundo a diretora Vivian Garcia, o problema das goteiras é antigo e quando chove as salas ficam molhadas. Em algumas ocasiões, as aulas foram suspensas. “Quando estudei aqui o problema já existia. Agora, como diretora, tenho o prazer de ver a solução”.
Grande BH
Escolas da Região Metropolitana de Belo Horizonte também serão reformadas. Em Ribeirão das Neves, por exemplo, a cantina da Henrique Sapori será adequada às normas da Vigilância Sanitária. “Só tínhamos umas mesinhas do lado de fora. A quantidade era insuficiente, e o que se via eram as crianças de 6 e 7 anos comendo em pé. Agora, vamos ter um espaço apropriado”, detalhou a diretora Marta Nascimento.
A revitalização total do prédio da Escola Estadual Governador Milton Campos, na capital, deve ficar pronta ainda neste ano. Iniciada em agosto de 2013 e paralisada no final do ano passado, a obra, no valor de quase R$ 18 milhões, foi retomada em julho de 2015. Os laboratórios de física, química e biologia também serão adaptados.
O diretor Jeferson Lopes Pimenta conta que o prédio tem 67 anos e, por ser tombado, nunca havia passado por uma grande intervenção. “Somos referência no ensino mineiro. Em novas instalações teremos uma educação ainda melhor”.
A secretária de Estado da Educação, Macaé Evaristo, avalia que a situação das escolas estaduais “é muito preocupante”. Segundo ela, o esforço será para garantir infraestrutura para todas, nos quatro anos do atual governo.
Com atraso, plano regional de educação é enviado à Assembleia
Depois de quase três meses extrapolado o prazo para aprovação dos planos regionais de educação, o governo de Minas encaminhou nesta terça-feira (15) o projeto para apreciação da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. O texto define as diretrizes, objetivos, metas e estratégias para área pelos próximos dez anos.
Segundo o presidente da Comissão de Educação da Assembleia, deputado Paulo Lamac (PT), mesmo com o atraso, o texto será colocado em debate com a sociedade, em ao menos dez reuniões externas, nas diversas regiões do Estado. “Sabemos que o prazo já venceu, mas entendemos que o prejuízo será maior se aprovarmos um plano decenal sem a participação da sociedade”, disse.
As reuniões devem começar em outubro e a perspectiva, segundo o parlamentar, é que o projeto seja votado em plenário ainda em 2015. “O texto é bem em sintonia com o Plano Nacional de Educação (PNE). Em linhas gerais, fez a transposição das previsões da lei federal para o âmbito estadual”, disse.
Para o deputado, os grandes desafios postos pelo projeto são a ampliação de oferta no ensino médio, acompanhado da melhora na qualidade, além da qualificação da educação no campo. “Hoje temos um processo de fechamento de escolas do campo, o que acaba acelerando o êxodo rural”, comenta.
O projeto de lei encaminhado à Assembleia estabelece 20 metas. Entre elas, universalizar a educação infantil na pré-escola até 2016 e também o ensino fundamental, garantindo que pelo menos 95% dos estudantes concluam essa etapa; oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50% das escolas públicas; além da valorização para os profissionais de educação e ampliação dos investimentos públicos no setor.