Governo retoma negociação, mas greve nas universidades federais continua

Os professores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) decidiram manter a greve iniciada em 19 de junho. O segundo semestre letivo na instituição deveria ter começado nesta segunda-feira (6), mas nem a matrícula dos alunos pôde ser feita devido à paralisação dos técnico-administrativos das federais. O movimento atinge 34 mil alunos de 75 cursos de Belo Horizonte e do campus de Montes Claros, no Norte de Minas. A UFMG informou que 50% dos professores não lançaram as notas dos alunos referentes ao último período. A matrícula dos calouros foi feita antes da greve, mas a adesão de quase 90% dos educadores impediu o início das aulas para 2.800 estudantes aprovados no vestibular, em janeiro. Em todo o Estado, a greve dos servidores das instituições federais de ensino prejudica cerca de 100 mil universitários.    O acadêmico de engenharia mecânica Juarez Ricardo Braga, de 23 anos, não conseguiu se matricular e teme não conseguir aprovação em um intercâmbio programado para setembro, na Espanha. “Toda categoria tem direito de fazer greve, mas a lei determina que pelo menos 30% dos serviços sejam mantidos”, diz.   Cefet   No Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG), são 14 mil estudantes atingidos pela paralisação.   Os servidores técnico-administrativo das universidades entraram em greve em 11 de junho. Na terça-feira (7), eles realizam uma assembleia para avaliar as conversas entre o comando de greve e o Ministério da Educação.    “Queremos uma reestruturação nos planos de carreira e de salários. O governo federal decidiu suspender as negociações antes de apresentar uma proposta. A categoria também quer melhorias nas condições de trabalho. Foram abertos novos cursos noturnos, mas não foi contratado pessoal dar suporte aos professores”, diz Elias Antônio Jorge, membro do comando de greve.   A assessoria de imprensa do MEC informou que a negociação foi retomada nesta segunda-feira à tarde.