(Hoje em Dia)
Está mantida para esta segunda-feira (22) a greve dos trabalhadores do transporte coletivo de Belo Horizonte. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Belo Horizonte (STTRBH), apenas 60% dos carros irão circular, segundo determinação do Tribunal Regional do Trabalho.
A paralisação terá início a partir da meia-noite e caso seja descumprido o efetivo mínimo, o sindicato será multado em R$ 50 mil. Os trabalhadores protestam pela falta de reajuste salarial pelo terceiro ano consecutivo.
Já o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (SetraBH) explica que a falta de reajuste se deve ao congelamento das tarifas e também pelos impactos da pandemia do Covid-19. E o não reajuste é uma forma de manter os empregos.
Em nota, o SetraBH explica que a queda de usuários impacta a saúde financeira das empresas, que não conseguem pagar as contas. “Entre os anos 2000 e 2007, eram transportados em média 440 milhões de passageiros por ano, já em 2008 esse número caiu para 430 milhões, em 2019 foram 350 milhões de passageiros e, em 2020, descemos ainda mais chegando a 192 milhões de passageiros. As contas não fecham", informou o presidente do SetraBH, Raul Lycurgo Leite."
"Não é problema nosso se as empresas estão com dificuldades financeiras, se o município não concede subsídio, se a tarifa vai aumentar ou não. A nossa função é conduzir os ônibus e receber algo digno para isso. Tem trabalhador que não sabe, inclusive, se conseguirá comer até o final do mês. Fizemos a nossa parte por três anos e, agora, queremos o que é de direito”, aponta o presidente do sindicato, Paulo César da Silva.
De mãos atadas, prefeitura e BHTrans não podem interferir no movimento grevista, apenas tentar controlar o tráfego na capital, que deverá ser muito mais intenso nesta segunda-feira. A BHTrans informou que todas as equipes de campo trabalharão normalmente nesta segunda-feira e que o monitoramento do trânsito será feito pelo Centro Integrado de Operações de Belo Horizonte (COP-BH), que reúne 13 instituições públicas, (sendo sete municipais, cinco estaduais e uma federal) e uma da iniciativa privada, em sua Sala de Controle Integrado (SCI).