(Frederico Haikal)
A coleta de lixo domiciliar e hospitalar em Belo Horizonte está totalmente interrompida, sem previsão para ser normalizada, devido à greve dos garis. Montes de rejeitos se acumulam nos passeios da cidade, incomodando a população, causando mau cheiro e se tornando um prato cheio para vetores de doenças, como ratos.
A situação é mais crítica nas regiões Centro-Sul e Leste, onde não há recolhimento dos resíduos desde a noite de segunda-feira. A interrupção do serviço foi decidida em assembleia pelos garis terceirizados, que chegaram a impedir o trabalho de colegas de outras regiões da capital na manhã da última terça-feira (6).
REPETIÇÃO
É a segunda vez, em menos de 15 dias, que os funcionários cruzam os braços. A primeira foi em 24 de abril. Reunião na última terça-feira (6) entre o sindicato dos coletores (Sindeac) e as sete empresas responsáveis pela limpeza terminou sem acordo.
Segundo o presidente do Sindeac, Paulo Roberto da Silva, a adesão foi de 100% dos 5 mil garis terceirizados. “Sabemos que causa transtornos para a população, mas é a maneira para avançar na negociação”.
O recolhimento de lixo hospitalar também foi afetado, e a varrição das ruas, reduzida.
Segundo a Superintendência de Limpeza Urbana (SLU), cerca de 60% da coleta de lixo de BH foi atingida pela greve. Mil toneladas de rejeitos deixaram de ser recolhidas.
Os garis reivindicam piso salarial de R$ 1.500, tíquete alimentação de R$ 22 por dia e plano de saúde estendido a toda a família. A categoria definirá nesta quarta-feira (7) os rumos do movimento.
INCÔMODO
O lixo acumulado foi um contratempo para a população. A dentista Marina Severo, de 33 anos, reclamou do mau cheiro vindo das sacolas deixadas sobre as calçadas.
Já o corretor de vendas Eugênio Fiuza, de 55 anos, teme que o serviço não seja restabelecido em breve e que os resíduos se acumulem nas ruas. “Além do odor, visualmente é ruim para a cidade”, afirma.