Esquema bilionário

Grupo investigado pela PF corrompia agentes públicos para obter licenças ambientais para mineração

Foram cumpridos 20 mandados de prisão contra integrantes de um grupo criminoso que teria lucrado pelo menos R$ 1,5 bilhão com atividades ilegais no setor de mineração

Do HOJE EM DIA
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17/09/2025 às 11:47.
Atualizado em 17/09/2025 às 13:22
Operação Rejeito foi deflagrada na manhã desta quarta-feira (17) (Divulgação/ PF)

Operação Rejeito foi deflagrada na manhã desta quarta-feira (17) (Divulgação/ PF)

A organização criminosa suspeita de lucrar pelo menos R$ 1,5 bilhão com atividades ilegais no setor de mineração corrompia agentes públicos para conseguir licenças ambientais para extrair minérios em áreas de preservação. As informações foram detalhadas pelo diretor da Polícia Federal, Humberto Freire, nesta quarta-feira (17). 

“A mineração que foi aprovada por essa organização, hoje seria reprovada com certeza. O grupo tinha empresas privadas e agentes públicos que eram corrompidos e atuavam para aprovar projetos. Depois, as empresas exploravam esse minério em áreas de preservação ou que estavam em processo de tombamento”, destaca. 

Foram cumpridos 20 mandados de prisão contra integrantes de um grupo criminoso que teria lucrado pelo menos R$ 1,5 bilhão com atividades ilegais no setor de mineração, responsável por crimes ambientais, corrupção e lavagem de dinheiro em Minas. 

Ao todo, 15 pessoas foram presas, uma vez que alguns dos envolvidos tinham mais de um mandado de prisão, por conta de processos distintos. Dois seguem foragido. Foram cumpridos ainda 79 mandados de busca e apreensão. 

A Justiça Federal determinou o afastamento de servidores públicos envolvidos, o bloqueio de R$ 1,5 bilhão em ativos e a suspensão das atividades das empresas participantes do esquema.

"O grupo investigado teria corrompido servidores públicos em diversos órgãos estaduais e federais de fiscalização e controle na área ambiental e de mineração, com a finalidade de obter autorizações e licenças ambientais fraudulentas. Essas autorizações eram utilizadas para usurpar e explorar irregularmente minério de ferro em larga escala, incluindo locais tombados e próximos a áreas de preservação, com graves consequências ambientais e elevado risco de desastres sociais e humanos", informou a PF em nota.

As investigações também apontam que a organização agia para neutralizar a atuação do Estado, monitorando autoridades e dificultando as apurações. O dinheiro obtido com os crimes era lavado por meio de diversos artifícios para ocultar a origem ilícita.

Além dos R$ 1,5 bilhão em lucros já identificados, a PF informou que a organização criminosa tem projetos em andamento com um potencial econômico superior a R$ 18 bilhões.

Os investigados podem ser indiciados por crimes ambientais, usurpação de bens da União, corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa e obstrução de investigação.

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