Acreditar, eu sim. Recomeçar, sempre. A composição do samba de Dona Ivone Lara, uma das marcas do Carnaval brasileiro, resume a história de Içara Naves, que estreou nesta terça-feira (25) na folia em Belo Horizonte tocando chocalho no Monobloco, que agitou a Pampulha desde o final da manhã.
"Tive um câncer ano passado e o Monobloco é uma comemoração. Logo após o tratamento meu marido e eu entramos na oficina aqui de Belo Horizonte e hoje estamos aqui, na expectativa do primeiro desfile que significa muito para a gente", revela Içara.
Frequentadora do Carnaval de Ouro Preto, Içara revela que logo após vencer a doença sentiu vontade de participar de algum bloco, de alguma oficina em Belo Horizonte.
"Assim cheguei ao Monobloco. E encontrei uma família. É todo mundo muito unido, fazemos muitas festas".
O marido Augusto Ferreira, profissional de TI que segundo a esposa tem dificuldade para sair da frente do computador, encontrou na arte de tocar surdo outra paixão.
"Agora somos parte do Carnaval de Belo Horizonte. E essa estreia está mexendo demais com a gente. Não sei se é frio ou dor na barriga, mas o importante é viver essa emoção", explica Augusto.
E o agora percusionista Augusto, que garante sentir outro prazer em ouvir as músicas de Carnaval entendendo do assunto, completa: "A música é muito ligada a se sentir vivo e bem".
E assim, se sentindo bem vivos e bem, seguiram Içara e Augusto numa estreia muito especial no Monobloco.