(HOSPITAL ANDRE LUIZ/ DIVULGAÇÃO)
Crianças e adolescentes com sofrimento mental e dependência química contarão com um novo ponto de ajuda na capital. O Hospital Espírita André Luiz, no bairro Salgado Filho, região Oeste de BH, pretende instalar uma ala específica para o tratamento de menores de idade.
Detalhes sobre o projeto ainda estão sendo discutidos, mas a proposta integra as comemorações dos 50 anos da unidade de saúde, celebrados em 2017.
“Estamos fazendo algumas reuniões com o Ministério da Saúde e com especialistas para nos inteirarmos do assunto, mas sabemos dessa carência e da necessidade de um hospital do tipo na cidade”, explica o diretor de comunicação e promoção social da instituição, Edward Loures. Segundo ele, o novo serviço será prestado na atual sede do hospital, que tem cerca de 30 mil metros quadrados.
“Os dados sobre menores de idade nessa situação assustam. É urgente um espaço que possa cuidar da melhor forma desses pacientes e ainda auxiliar os familiares que tanto sofrem com esses problemas”, acrescenta o diretor, frisando que o projeto ainda está em fase de planejamento.
Referência
Ao longo das últimas cinco décadas, o Hospital Espírita André Luiz já atendeu mais de 100 mil pacientes. Ao todo, 500 mil diárias filantrópicas foram oferecidas à população. A unidade, referência no tratamento de pessoas com sofrimento mental e dependência química, dispõe de 160 leitos de internação.
O trabalho na unidade de saúde é feito de forma multidisciplinar. Psiquiatras, psicólogos, assistentes sociais, fisioterapeutas, educadores físicos e terapeutas são alguns dos profissionais envolvidos. A família do paciente também participa diretamente do processo.
“Quando recebemos um paciente doente, também recebemos os familiares que estão fragilizados. O problema acaba afetando toda a família e o nosso papel é resgatar esse convívio e fortalecer os laços que auxiliam muito na recuperação”, afirma Kelly Bonanno, psicóloga e gerente do Centro de Terapias e de Serviço Social do hospital.
O tratamento continua mesmo após a alta. Ao fim dos procedimentos, a equipe do André Luiz acompanha o paciente. Encontros com psicólogos são feitos durante a noite.
“O tratamento acaba sendo feito de forma física, mental, espiritual e também social. É fundamental para que essa reinserção (com a comunidade) aconteça efetivamente”, ressalta a psicóloga.
Recursos
O Hospital Espírita André Luiz sobrevive de doações. Em um momento de crise, como o enfrentado pelo país atualmente, a demanda cresce e os recursos diminuem. A unidade de saúde garante manter a estrutura de ambulatório, pronto-atendimento, moradia assistida e refeitório funcionando integralmente.HOSPITAL ANDRE LUIZ/ DIVULGAÇÃO / N/A
Diretores do hospital e deputada federal Raquel Muniz no Congresso Nacional
Além Disso
Foi em 1948, há 69 anos, que a ideia do Hospital Espírita começou a sair do papel. Foram necessárias quase duas décadas para que as instalações ficassem prontas. A inauguração ocorreu em 15 de outubro de 1967.
A escolha do nome de referência espírita não foi por acaso. André Luiz foi mentor de Chico Xavier. Na construção do centro de saúde, não havia divisões. Judeus, católicos, maçons e espíritas se uniram em prol de um objetivo maior: a construção de um espaço para atender doentes mentais e dependentes químicos.
“O hospital tem como objetivo atender o portador de doença mental, para além dos aspectos do acolhimento espiritual, com toda a tecnologia e conhecimento da área da psiquiatria e profissões correlatas, que possam ajudar na melhoria do paciente e de seus familiares”, afirma Eleusa Polakiewicz, presidente do hospital e filha de um dos fundadores, Alberto Mizrahy.