(Fernando Michel / Hoje em Dia)
Uma mulher de 90 anos e a cuidadora de idosos ficaram presas dentro de casa, nesta terça-feira (11), depois que uma árvore de grande porte caiu em cima da residência. A ocorrência aconteceu na rua Conselheiro Dantas, no bairro Prado, na região Oeste de Belo Horizonte.
As mulheres não se feriram e, até o fechamento desta reportagem, elas não tinham conseguido sair do local. A filha da idosa, Silvana Motta Albano, contou ao Hoje em Dia que ela e os vizinhos já haviam notificado a Prefeitura de Belo Horizonte em 2020 sobre barulhos e trincas na árvore. E que, até esta tarde, nenhuma providência tinha sido tomada para o corte. “No ano passado um técnico da prefeitura veio até aqui e constatou que a árvore deveria ser cortada, mas, mesmo assim, não fizeram nada. É muito triste, porque nós avisamos, ouvimos estalos. Não entendo porque eles não cortaram”.
A energia elétrica da rua teve que ser desligada, já que o tombamento da árvore também provocou a queda de um poste de luz. O Corpo de Bombeiros, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e a Prefeitura de BH estão no local para fazer reparos e resgatar as mulheres.
De acordo com Silvana, a mãe e a cuidadora estão bem, apesar do susto. Elas não estavam na parte atingida no momento da queda e estão conseguindo se comunicar com as pessoas que estão do lado de fora.
A Prefeitura informou, por meio de nota, que executa um trabalho contínuo, preventivo e preparatório durante o ano para tentar evitar danos e desastres, tais como a queda de árvores. Em 2021, foram realizadas 24.950 podas e 5.452 supressões, que custaram aos cobres públicos R$ 21,5 milhões, incluindo a conservação e limpeza de praças, jardins e canteiros centrais.
Ainda de acordo com a aPBH, os serviços são realizados pelas Gerências Regionais de Manutenção das nove Regionais e os laudos são emitidos de acordo com os critérios da Deliberação Normativa Nº 92/2018, publicada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Essa deliberação possui mais de 30 critérios que são observados nas vistorias para avaliar as condições das árvores e determinar o serviço a ser executado. Segundo a PBH, são priorizadas podas e supressões de árvores condenadas ou que possam representar riscos de causar danos humanos ou materiais e que já possuam laudos indicando a supressão, com eminente risco de queda.
A prefeiturta esclareceu que toda árvore apresenta algum grau de risco de queda, podendo, mesmo se saudável, provocar acidentes. Árvores mais velhas podem cair por causa do peso, desequilíbrio da copa e por um enfraquecimento natural ocasionado pela idade.Outros fatores que podem resultar na queda são podas clandestinas, acidentes, raios, rompimento de redes subterrâneas etc., além da ação de doenças e insetos como cupins ou besouros metálicos. Além disso, explica a prefeitura, ventos acima de 60 km/h e intensas intempéries podem derrubar até mesmo árvores saudáveis em qualquer cidade do mundo.
Sobre a reclamação da moradora que citamos na reportagem sobre o pedido de supressão da árvore feito em 2020, a prefeitura não respondeu.