Polêmica do Pedágio

Igreja recua e suspende cobrança de R$10 para visitantes acessarem a Serra da Piedade neste domingo

Vanda Sampaio
vsampaio@hojeemdia.com
05/06/2022 às 13:21.
Atualizado em 05/06/2022 às 13:41
A estação construída pela Mitra Arquidiocesana para controlar o acesso e cobrar R$ 10 ficou fechada na Serra da Piedade (Movimento Passe Livre / Divulgação)

A estação construída pela Mitra Arquidiocesana para controlar o acesso e cobrar R$ 10 ficou fechada na Serra da Piedade (Movimento Passe Livre / Divulgação)

Quem está visitando a basílica de Nossa da Serra da Piedade, em Caeté, na região Metropolitana de BH, neste domingo (5), não precisa pagar o pedágio de R$ 10 cobrado pela Mitra Arquidiocesana para acesso ao ponto turístico e religioso.

Foi o primeiro dia sem cobrança da taxa, que gerou polêmica e acabou gerando a intervenção do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Durante todo o domingo o local ficou movimentado com a  presença de centenas de pessoas, entre peregrinos, grupos de caminhantes e ciclistas.

A movimentação de carros e ônibus também foi intensa. Muitos veículos ficaram estacionados às margens da rodovia AMG-1235.

A estação construída pela Mitra para controlar o acesso e cobrar a taxa de R$ 10 ficou fechada. Vans que ficavam no local e cobravam R$ 10 para levar e trazer visitantes até o alto da serra também não funcionaram.

O Departamento de Estradas e Rodagens de Minas Gerais (DER-MG) informou que, desde 16 de maio, notificou a Mitra Arquidiocesana para que fosse removido qualquer obstáculo à livre circulação de veículos e pedestres na AMG-1235, que liga a MG-435 ao alto da serra.

(Movimento Passe Livre / Divulgação

(Movimento Passe Livre / Divulgação

Sobre a cobrança para ter acesso ao santuário, o DER-MG disse que é de inteira responsabilidade da Mitra.

Os protestos contra o pagamento da taxa ganharam repercussão  após a criação do Movimento Passe Livre, formado por moradores de Caeté, que não concordam com a cobrança de pedágio iniciada  em 2020.

A população alega que se sente excluída de parte da cidade onde moram e que o local é um ponto tradicional de peregrinação e de contemplação da natureza. O movimento fez vários protestos na estrada de acesso ao Santuário pedindo a suspensão do pedágio.

O MPMG determinou que fosse feita uma prestação de contas sobre os valores cobrados, mas não informou quais foram os resultados obtidos.

A Mitra Arquidiocesana negou a existência de pedágio para o trânsito na estrada e informou que há uma cobrança de taxa de preservação, no ponto mais alto da Serra, para ter acesso ao conjunto arquitetônico do Santuário.

Sobre o portão colocado na entrada da serra, a Mitra explicou que, "sem o portão, qualquer pessoa, inclusive aquelas com más intenções, podem circular nesse território, aumentando riscos de atropelamentos, focos de incêndio e acidentes".

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