Igrejinha não corre risco de perder título de patrimônio mundial, afirma prefeitura

Raul Mariano
rmariano@hojeemdia.com.br
11/06/2018 às 20:13.
Atualizado em 03/11/2021 às 03:32
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

Fechada desde novembro do ano passado para celebrações, a Igreja de São Francisco de Assis, na Pampulha, em Belo Horizonte, passará por obras de restauração que deverão durar cerca de um ano. Durante todo o período, o cartão-postal deixará de receber visitantes. As obras devem começar em até 30 dias.

A ação faz parte dos compromissos assumidos com o Comitê do Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), depois que o conjunto arquitetônico foi tombado, em 2016. Ao todo, R$ 1,6 milhão serão investidos. Os recursos são do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) das Cidades Históricas. 

A edificação já havia sido reformada de julho de 2004 a junho de 2005, lembrou o secretário municipal de Cultura, Juca Ferreira. No entanto, infiltrações voltaram a causar estragos no imóvel pouco tempo depois.

Ferreira afirmou, ainda, que os esforços agora são para potencializar a Pampulha de forma econômica e cultural, garantindo mais conforto tanto para os belo-horizontinos quanto para os turistas. 

O secretário destacou que, apesar da necessidade de melhorias, o monumento não corre o risco de perder a condição de patrimônio mundial. 

“O Museu da Pampulha também está precisando de investimentos. Quando a lagoa transbordou, abalou parte da estrutura do imóvel. Então, em 2019, ele também deverá ser restaurado”, adiantou.

A Igrejinha da Pampulha recebe cerca de 45 mil visitantes por ano, segundo a Fundação Municipal de Cultura

Reformas

O superintendente da Sudecap, Henrique Castilho, explicou que as infiltrações serão um dos primeiros problemas a serem resolvidos na igrejinha. Por esse motivo, a revisão das juntas de dilatação da cobertura serão feitas para garantir a integridade do imóvel.

“A parte das pastilhas e pisos demanda muito cuidado. Além disso, todo o forro será trocado, o piso vai ser polido e vamos reformar as partes elétrica e hidráulica”, afirmou Castilho.

Dentro do monumento, será feita também a reforma da sacristia, a restauração da marquise de entrada, melhorias nos banheiros e revitalização do piso em mármore, das janelas, portões e venezianas. Após a conclusão dessa fase, os jardins também serão restaurados

Paralelamente, as obras de Candido Portinari feitas para a igrejinha já passam por processo de restauração desde outubro de 2017. As 14 pinturas estão sendo revitalizadas por uma equipe do Centro de Conservação e Restauro de Bens Culturais da UFMG (Cecor).

Histórica

Tanto a igrejinha quanto o entorno têm a assinatura de artistas de renome.

Projetada por Oscar Niemeyer, a construção foi considerada inovadora para a época. Os jardins são de Burle Marx e os baixos-relevos em bronze foram esculpidos por Alfredo Ceschiatti.

  

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