A queda de braço entre a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e os moradores do bairro Santa Tereza, região Leste de Belo Horizonte, impede que o Mercado Distrital da região tenha uma destinação. Nesta segunda-feira (30) aconteceu mais um round da polêmica. Enquanto a prefeitura garante que o espaço irá receber uma escola profissionalizante, para 4 mil alunos, os moradores insistem que o mercado abrigue um empreendimento cultural. Enquanto isso, nem a comunidade nem o poder público usufruem do que a área, de 6 mil metros quadrados, pode oferecer. A PBH não consegue avaliar o prejuízo financeiro e social que o desuso causou. O projeto da escola técnica é do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), vinculado à Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Ele foi apresentado à PBH em 2011 e ainda não pôde ser viabilizado. Visita Muita discussão e bate-boca marcaram a visita de autoridades, nesta segunda-feira, ao mercado. Para o movimento Salve Santa Tereza, o local deveria abrigar um centro cultural e/ou profissionalizante, voltado a atividades gastronômicas ou de lazer. A opinião é compartilhada pelo deputado André Quintão (PT) e pelo vereador Pedro Patrus (PT), que participaram do encontro. “Queremos proteger o bairro, resgatando sua vocação cultural. E achamos que a ocupação da escola fere os princípios da Área de Diretrizes Especiais (ADE) a que o bairro se enquadra”, afirma Quintão, receoso de que os planos sejam um precedente para a construção de arranha-céus no bairro. A integrante do Salve Santa Tereza, Karine Carneiro, que também é arquiteta e ex-conselheira do Conselho Municipal de Política Urbana (Compur), confirma que houve um projeto de construção de uma torre de 85 andares, com 350 metros de altura, além do provável alargamento da rua Conselheiro Rocha, que riscaria do mapa o Bar do Orlando, o mais antigo de BH. Fiemg admite que escola pode ir para outro local Por meio de nota, a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) informou que respeita a decisão dos moradores do bairro Santa Tereza com relação à construção da escola profissionalizante do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, no Mercado Distrital. E que, se os moradores não quiserem a escola no local, ela será construída em outra localidade. “Desde a assinatura do contrato de cessão com a Prefeitura de Belo Horizonte, a Fiemg apenas cuidou da limpeza e da segurança do espaço”, ratificou a Fiemg, por meio da assessoria de imprensa.