Representantes das mineradoras Samarco e Vale se reuniram nesta sexta-feira (11) com integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) para discutir sobre o abastecimento de água no distrito de Cachoeira Escura, em Belo Oriente, região do Vale do Aço. Contudo, o encontro terminou em impasse.
O vilarejo, conforme o MAB, que representa as vítimas, foi severamente afetado pelo rompimento da barragem Fundão e está com o abastecimento de água prejudicado. Para reivindicar a normalização do fornecimento, os moradores interditaram as linhas férreas da Vale que cortam o lugar.
No encontro, o coordenador de Desenvolvimento Socioinstitucional da Samarco, Stanislau Klein, assumiu o compromisso de acelerar o detalhamento do projeto de engenharia para nova captação alternativa de água em Cachoeira Escura.
A proposta, porém, foi considerada aquém do esperado pelas vítimas. “É uma situação de calamidade pública. Há ainda a situação dos produtores rurais, dos animais, da produção de leite e de inúmeras pessoas que estão fora do cadastro para a verba de manutenção, em vários municípios”, advertiu Joceli Andrioli, membro da coordenação do MAB.
Para ele, a Samarco está adiado a discussão de todas as reivindicações, argumentando que só poderá discuti-las a partir da homologação do acordo firmado com o governo federal no início de março.
Stanislau Klein argumentou que a empresa não pode deixar de avaliar questões técnicas, ouvir autoridades locais e de alinhar suas ações com políticas públicas já implementadas, e, por isso, não podia assumir compromissos imediatos.
A reunião aconteceu na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e foi intermediada pelo líder do Governo no Parlamento, deputado Durval Ângelo (PT). Para a próxima semana, devem ser agendadas uma reunião do MAB com a Advocacia-Geral do Estado e outra com representantes do governo federal para discutir as reivindicações do movimento.