(Reprodução/TV Assembleia)
O infectologista Unaí Tupinambás, professor de medicina da UFMG e membro do Comitê de Enfrentamento à Covid-19 de Belo Horizonte, rebateu, em audiência pública realizada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), uma fala do deputado Bartô (sem partido) sobre a vacinação infantil.
Durante uma sessão da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia, realizada nesta quinta-feira (10), o parlamentar contestou a obrigatoriedade da aplicação do imunizante nas crianças.
“As vacinas obrigatórias são aquelas que estão no PNI, e tal Covid não está. Acredito que não esteja porque as próprias farmacêuticas indicam que ainda há estudos a serem feitos com relação a essas vacinas e que muitos deles estão para serem finalizados ao longo do ano de 2022 e 2023”, afirmou.
O político alega que há uma grande preocupação com a intensa busca por tornar a vacinação obrigatória, o que fere o conceito de liberdade. “Temos que pensar, acima de tudo, que o direito à liberdade é muito sagrado, e devemos protegê-lo, ainda mais quando há questões a serem esclarecidas”, completou.
Bartô, no entanto, garantiu que não é antivacina. “Fui um dos pouquíssimos deputados que encaminhou emendas para a pesquisa de vacina, criei a frente pró-vacina quando começou a retardar a disponibilização de vacina para quem queria vacinar”.
Na sequência, Unaí foi chamado para se pronunciar e direcionou a fala diretamente ao parlamentar. “Eu estou meio sem palavras, assustado com a fala do deputado que me antecedeu”, iniciou.
“Nenhuma vacina foi tão estudada quanto a da Covid. Antes de aplicar a vacina em uma população menor que 11 anos, foram 2,6 bilhões dadas à população acima de 12 anos, que, além dos estudos clínicos, se mostrou tão segura, às vezes mais, que os ensaios clínicos. Acho que não justifica esse medo, essa fala que a vacina não tem estudos".
O especialista afirmou, ainda, que o coronavírus é responsável por mais mortes que sarampo, rubéola, coqueluche, tuberculose, hepatite, febre amarela e meningite juntas. “A Covid matou muito mais do que todas essas doenças em 15 anos”.
O médico também reafirmou a necessidade da população buscar por “informação científica de qualidade”. “Acho importante sua fala, seus eleitores estão escutando você, e isso não pode ser dito em uma audiência pública porque vai contra a verdade, a ciência”, concluiu.
Leia mais: