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A Polícia Civil abriu um inquérito para investigar o caso do bebê de 1 ano e dois meses que morreu afogado em uma banheira, no bairro Buritis, região Oeste de Belo Horizonte. A corporação informou que o procedimento vai apurar se houve responsabilidade pelo afogamento. A babá, de 46 anos, que cuidava da criança, já foi ouvida e liberada.
A tragédia, que aconteceu na terça-feira (3), está sendo investigada pelo delegado Flávio Henrique Ferreira Grossi, da 4ª Delegacia do Barreiro. Ainda não há previsão de quando os pais, que ficaram em estado de choque após o acidente, serão ouvidos.
De acordo com a Polícia Militar, o bebê morreu quando foi tentar retirar o brinquedo de dentro de uma banheira, que estava com água do dia anterior. A criança chegou a passar por processo de ressuscitação, mas não resistiu.
Acidentes domésticos
Ocorrências como a registrada no Buritis, infelizmente, não são casos isolados. No Brasil, conforme dados do Sistema de Vigilância de Violência e Acidentes do Ministério da Saúde, a principal causa de morte em crianças até 9 anos são acidentes domésticos. Dentre as principais motivações estão afogamentos, quedas, queimaduras e intoxicações.
Mas esses acidentes podem ser prevenidos a partir de mudanças simples. O capitão Ranier Costa, do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, alerta que, geralmente, os pais redobram a atenção quando estão na rua, mas acabam se descuidado dentro de casa.
Segundo ele, uma criança pode se afogar com apenas dois centímetros de água. E a explicação não é complexa. Primeiro é que a criança perde o equilíbrio e não consegue sustentar a cabeça, pelo membro ser mais pesado. "Outro fator determinante é que a criança entra em pânico e, com isso, não consegue reagir", explicou o militar, que é comandante da 1ª Companhia Operacional do 3º Batalhão.
Por isso, o indicado é não deixar objetos com água perto dos pequenos e, no caso de banho ou de alguma brincadeira, como em banheiras e bacias, não desgrudar os olhos deles. Outro perigo envolvendo água é a possibilidade de escorregar e fraturar algum membro. Objetos que também possam provocar queimaduras e engasgamento devem ser afastados das crianças.
"Mas em caso de acidente, a pessoa deve ligar imediatamente para o 193 e pedir socorro. Quanto mais rápido for o atendimento, maior a possibilidade de vida", ressaltou o capitão Ranier. Ele ainda recomenda que um vizinho seja acionado para ajudar no resgate. "Hoje muitas pessoas fazem cursos de primeiros socorros e podem ajudar até a chegada de uma unidade de resgate", disse.
Confira algumas dicas:
Afogamentos: Para bebês e crianças pequenas, até baldes, banheiras e vasos sanitários podem oferecer riscos. Um adulto deve sempre supervisionar as crianças e adolescentes quando houver água, mesmo que saibam nadar ou que os locais sejam considerados rasos. É primordial cercar piscinas em casas onde há crianças.
Baldes e bacias: o simples fato de deixar peças de molho em baldes ou bacias também oferece risco. Isso porque a criança está em fase de aprendizado e a curiosidade é natural. O ato de inclinar o corpo para ver o que tem dentro do recipiente já oferece risco. Por isso, o recomendável é que esses recipientes não fiquem ao alcance das crianças.
Piscinas: piscinas em casas ou apartamentos devem ser bloqueadas com portões ou cercas. Além disso, elas devem ser cobertas com lona de material resistente. O uso da piscina deve ser sempre com a supervisão de um adulto.
Garrafas reutilizadas: sabe aquela garrafa de refrigerante? Nada de usar ela para colocar produtos de limpeza. A criança pode se confundir e acabar levando o frasco à boca.
Remédios: a farmácia da casa deve estar acessível apenas aos adultos e fora do alcance das crianças.
Brinquedos: Estejam atentos se todos são apropriados para a idade. O que não for, guarde e deixe fora do alcance da criança.
Gavetas: coloque travas em gavetas com objetos cortantes e outros que ofereçam risco. Isso vale, também, para objetos no quarto de estudo, como grampeador, clips, tampa de caneta e outros.
Tomadas: a criança é naturalmente curiosa. Por isso, todas tomadas devem ser bloqueadas com protetor, evitando, assim, que a criança coloque o dedo e receba descarga elétrica.
Queimaduras: Deve-se evitar cabo de panela voltado para fora do fogão, brincadeiras com álcool e fogo e também o uso de fogos de artifício.
Quedas: Não deixe cadeiras, camas e bancos perto de janelas; providencie antiderrapantes nos tapetes para evitar escorregões.