Inquérito que apura execução de jornalista Rodrigo Neto já ouviu 23 testemunhas

Hoje em Dia
04/04/2013 às 15:40.
Atualizado em 21/11/2021 às 02:33
 (Reprodução/Facebook)

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O inquérito que investiga a execução do jornalista Rodrigo Neto, em Ipatinga, no Vale do Aço, já ouviu 23 pessoas, entre familiares, amigos e outras testemunhas. A Polícia Civil informou que, nesta quinta-feira (4), que o inquérito possui mais de 300 páginas, distribuídas em dois volumes. O delegado Emerson Morais, que está a frente do caso, já conseguiu na Justiça autorização para apreender objetos e documentos capazes de ajudar nas investigações. "Terminamos a primeira etapa do trabalho e temos linhas consistentes de apuração, mas nada ainda pode ser descartado e qualquer detalhe que revelarmos pode colocar tudo a perder", afirma. Ele confirma que umaa carta entregue a uma emissora de TV apontando supostos envolvidos também está com a Polícia.   Desde o final de março o juiz Antônio Augusto Calhais decidiu que a investigação deve correr sob segredo de justiça. Ele também aceitou a solicitação do delegado para que o prazo inicial de um mês para conclusão do inquérito seja estendido por mais 60 dias.    Segundo o chefe do Departamento de (HPP), delegado Vagner Pinto, a Polícia Civil "precisa de tempo suficiente para esclarecer o assassinato, apontando os envolvidos e esclarecendo a motivação do crime". Ele informa que, concluída a primeira etapa da investigação, a equipe comandada pelo delegado Emerson Morais retornou a Belo Horizonte, onde analisa as informações que possui e planeja as próximas fases do trabalho. "Há o momento para apurar e para planejar. Tão logo seja necessário, os policiais retornam a Ipatinga e dão prosseguimento às diligências", explica.   Rodrigo Neto, de 38 anos, era jornalista investigativo e autor de várias matérias que denunciaram a suposta participação de policiais militares e civis em vários crimes. Ele estava ameaçado de morte e havia denunciado o fato às autoridades. Ele foi executado com tiros na cabeça e no peito, quando deixava um churrasquinho na avenida Selim José de Sales, no bairro Canaã, em Ipatinga, no Vale do Aço. Testemunhas contaram à polícia que dois homens em uma moto escura foram os autores dos disparos. A vítima chegou a ser socorrida com vida, mas morreu antes de chegar no Hospital Márcio Cunha.   Bacharel em direito, Rodrigo Neto era natural de Caratinga e trabalhou como repórter policial em vários veículos de comunicação da região, iniciando sua carreira pelo “Diário de Caratinga”. O jornalista era casado e tinha um filho de 7 anos. Neto se preparava para prestar concursos públicos, inclusive para delegado da Polícia Civil. O repórter já havia recebido várias ameaças de morte, que ele tinha a convicção de serem motivadas por sua atividade profissional.

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