Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizaram um prostesto na tarde desta terça-feira (15) próximo ao posto do pedágio da BR-381 (rodovia Fernão Dias) em Santo Antonio do Amparo, no Sul de Minas. O grupo manifestava contra o adiamento do julgamento do fazendeiro Adriano Chafik Luedy, apontado como um dos mandantes do Massacre de Felisburgo, quando cinco pessoas foram assassinadas, na região do Vale do Jequitinhonha. Os manifestantes começaram a se reunir no local por volta de meio-dia e se concentraram no quilômetro 634 e 651. A assessoria da Autopista Fernão Dias confirma que eles fecharam parte da rodovia, liberando o trânsito apenas em uma das pistas. Para não haver congestionamento, a autopista cancelou a cobrança de pedágio e permaneceu com as catracas abertas ao longo da tarde. Empunhando cartazes e gritando por justiça, os manifestantes procuravam chamar a atenção dos motoristas que passavam pelo local. "O adiamento do julgamento deste fazendeiro é uma afronta à dor das famílias que perderam seus entes queridos de forma trágica e cruel", diz o estudante Thiago Santos Oliveira, de 22 anos, que também se juntou aos movimento dos integrantes do MST. Líderes de alguns sindicatos também compareceram. O fazendeiro Adriano Chafik Luedy, seria o dono das terras onde então estava instalado o acampamento dos sem terra quando aconteceu o massacre. O julgamento dele estava marcado para o dia 17 de janeiro, mas foi adiado e não há previsão de uma nova data. O crime O massacre aconteceu no dia 20 de novembro de 2004, quando 17 homens armados, liderados por Adriano Chafik, invadiram o acampamento chamado de Terra Prometida. Os homens atearam fogo nos barracos e em uma escola que funcionava no local. Estavam armados com pistolas, escopetas e rifles e começaram a atirar. Eles mataram cinco integrantes do Movimento dos Sem Terra (MST) e deixaram outras 20 pessoas feridas, entre elas, uma criança de 12 anos. O massacre ocorreu depois que as famílias fizeram várias denúncias à Polícia Civil, sobre as ameaças que vinham recebendo. Hoje, nove anos depois, algumas pessoas continuam vivendo em barracos no local. O Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra), considerou a área da fazenda como terra estadual. O fazendeiro Adriano Chafik Luedy foi preso por duas vezes e confessou sua participação no crime em depoimento à polícia, mas seus advogados acabaram conseguindo o direito dele responder ao processo em liberdade.