Investigação aponta rede organizada de abortos ilegais em BH

Da redação
horizontes@hojeemdia.com.br
07/04/2016 às 17:24.
Atualizado em 16/11/2021 às 02:50

Após prender uma mulher que atuava em uma clínica ilegal de abortos nessa quarta-feira (6), a Polícia Civil avançou no caso e aponta para uma rede responsável pelos crimes em Belo Horizonte. Ação de ontem resultou em uma prisão da dona da clínica, que foi indiciada pelos crimes de aborto, exercício ilegal da medicina, distribuição de medicamento proibido e formação de quadrilha.

A suspeita é de que ela atue desde a década de 70, com uma ampla cartela de clientes de todas as regiões do estado e também do Rio de Janeiro e de São Paulo. As investigações apontam para outros pessoas que eram responsáveis por encaminhar as "pacientes", entre médicos e farmacêuticos. Outras três pessoas, sendo os dois filhos da mulher, que tiveram a prisão decretada e são considerados foragidos, foram indiciados por formação de quadrilha. Outros dois casais foram indiciados pelo crime de aborto.

Clínica ilegal responsável por mais de 100 abortos é fechada e mulher é presa em BH

A análise das anotações da dona da clínica permirtiu aos policiais identificarem uma grande gama de clientes, incluindo menores de idade. Todas as mulheres identificadas serão chamadas a depor. Conforme explica o delegado que coordenou esta etapa das investigações Rodrigo Bossi, é de fundamental importância que todas as mulheres que tenham realizado o procedimento procurem a Polícia e colaborem com a investigação, evitando assim uma abordagem mais invasiva.

A pena para o crime, em geral, é convertida em medidas alternativas. “As investigações prosseguem em autos complementares para a apuração dos demais crimes, em segredo de justiça, para assegurar a imagem e a vida privada das mulheres envolvidas”, explica.

Segundo investigação, a acusada encontrava as pacientes em um shopping localizado na região da Pampulha, de onde eram conduzidas até a clínica. O caminho era realizado de forma planejada, com vigias espalhados em pontos estratégicos.

Conforme informou o delegado Rodrigo Bossi, a investigada disponibilizava aos interessados três métodos abortivos: fornecimento do medicamento, em que era cobrado o valor de R$ 1.600,00; aplicação do medicamento, a R$ 3.400,00; e o procedimento cirúrgico, em que a cobrança chegava a R$ 5.200,00.

A falsa médica negou realizar abortos alegando que o material encontrado em sua residência era utilizado em exames de ginecologia e obstetrícia. Ela ainda informou ainda que teria iniciado o curso de medicina, sem contudo tê-lo concluído, o que, conforme apurado, não procede.

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