João XIII recebe primeiro lote de pele para transplante em criança de Janaúba

Paula Bicalho
pbicalho@hojeemdia.com.br
10/10/2017 às 17:10.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:10
 (Divulgação SBCP-RS)

(Divulgação SBCP-RS)

A Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre enviou no começo da tarde desta terça (10), o primeiro lote de pele do que será utilizado em uma criança, de 4 anos, vítima do ataque à creche em Janaúba. 

Internada no Hospital João XIII desde o dia do incêndio, na última quinta (5), a criança teve 70% do corpo queimado e, com o transplante, terá mais chances de recuperação e uma qualidade de vida melhor. 

A doação é uma iniciiativa da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, em parceria com o Banco de Peles da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. Foram enviados cerca de 2.522 cm². 

Transplante

A pele funciona como um curativo biológico temporário que protege a ferida contra perdas de líquido, de calor, infecções bacterianas e reduz a dor, já que estimula a cicatrização. 

A retirada é feita a partir de pessoas diagnosticadas com morte encefálica ou parada cardiorrespiratória. Um único doador pode ajudar com quase 2 mil cm² de pele.

Uma fina camada de pele, com espessura de aproximadamente 1 mm, é retirada de áreas escondidas como costas, coxas e pernas. Não causa sangramentos e não gera nenhum tipo de deformidade na aparência do doador. 

O procedimento é feito com um aparelho chamado dermatomo elétrico, uma espécie de lâmina que possibilita um corte preciso. Mas, a pele nunca é imediatamente transplantada. 

Ela é envolta com um tipo de gel preservativo e armazenada em bolsas fininhas de plástico, que são colocadas em geladeiras a 4º C. Ao longo de até 40 dias, a doação passa por uma série de exames para detectar doenças infecciosas. 

A partir da data da captação, a pele pode ficar armazenada por até 2 anos sob refrigeração de 2 a 6°C.

Brasil
 
Até 2012, o país possuía apenas um Banco de Pele, em Porto Alegre, inaugurado em 2005. Hoje, São Paulo e Recife também contam com um banco deste tipo. 

Segundo a Organização Mundial da Saúde, o ideal seria que toda cidade acima de 450 mil habitantes tenha um estabelecimento desses. 

As informações são do Banco de Pele da Santa Casa de Porto Alegre e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

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