(Reprodução Instagram)
Um novo áudio de uma mensagem que o jogador mineiro Daniel Correa enviou a um amigo, pelo WhatsApp, poucos minutos antes de ser espancado e morto no dia 27 de outubro, em São José dos Pinhais (PR), foi liberado pela Polícia Civil. Na gravação, o atleta diz que não está muito bêbado e fala em uma “coroa” dormindo, se referindo a Cristiana Brittes. O principal suspeito do crime é o empresário Edson Brittes Júnior, que confessou o crime.
"Moleque, eu juro para você que eu não tô muito bêbado. É que a situação é desesperadora. Eu não sei como é a casa que vim parar aqui, mas parece que a casa tem uma coroa dormindo, outra casa tem uma novinha dormindo, o namorado da novinha eu não sei onde está, o marido da coroa eu não sei onde está... Moleque, eu não sei o que faço, me ajuda", diz Daniel na gravação.
Ouça a gravação:
Pouco tempo após enviar a mensagem ao amigo, Daniel tirou fotos de Cristiana dormindo. Depois disso, Daniel teria sido flagrado por Edson e espancado pelo empresário e outros três homens. O corpo do jogador foi encontrado no dia 27 de outubro em um matagal de São José dos Pinhais com claros sinais de tortura – sua cabeça estava quase toda degolada e o pênis havia sido decepado.
As investigações indicaram que Edson e três outros homens espancaram Daniel, o colocaram no porta-malas de um carro e o levaram para um matagal, onde o jogador foi brutalmente assassinado. Edson confessou o crime e afirmou ter sido movido por violenta emoção, por ter visto Daniel tentar estuprar Cristiana. A Polícia Civil do Paraná, porém, descartou a possibilidade de tentativa de estupro.
Cenas do shopping
Também foram divulgadas imagens das câmeras de segurança de um shopping de São José dos Pinhais, onde Edson, Cristiana e Allana Brittes teriam se encontrado com testemunhas do crime no dia 29 de outubro. De acordo com a Polícia Civil, no local, a família Brittes coagiu três testemunhas para que todas contassem a mesma versão aos policiais: de que Daniel havia saído da casa sozinho e ninguém sabia o rumo que ele havia tomado.
Mas a família foi presa no dia 31, depois que uma testemunha informou à polícia que havia visto Daniel ser espancado e colocado no porta-malas de um carro.
Até o momento, seis pessoas estão presas: Edson, Cristiana, Allana e três jovens acusados de ajudar o empresário a matar o jogador de futebol. O delegado responsável pelo caso, Amadeu Trevisan, pretende indiciar todos por homicídio qualificado. A família Brittes também poderá responder por coação a testemunha.
Nascido em Juiz de Fora e criado em Conselheiro Lafaiete, Daniel Correa, de 24 anos, tinha contrato até dezembro com o São Paulo e estava emprestado ao São Bento de Sorocaba. Revelado pelo Cruzeiro, ele também jogou no Botafogo e Coritiba.
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