Jornalista José Cleves revela "fraudes" em investigações e denuncia delegado Edson Moreira

Milson Veloso e Ana Clara Otoni - Hoje em Dia
24/04/2013 às 11:11.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:06

Durante o depoimento do jornalista José Cleves da Silva no Fórum Doutor Pedro Aleixo, em Contagem, na Grande BH, nesta quarta-feira (24), a testemunha revelou algumas irreguralidades nas investigações do caso em que foi apontado como suspeito pela morte de sua mulher. Ele foi a primeira pessoa a ser ouvida no terceiro dia de julgamento do ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o "Bola", sobre o desaparecimento e morte da ex-modelo Eliza Samudio.

O jornalista contou que acredita que a divulgação à imprensa, por parte do delegado Edson Moreira, responsável por conduzir as investigações, com o resultado dos exames foi extra-oficial. Segundo ele, as informações são datadas de 72 horas após a apreensão de uma arma no local do crime, mas o promotor não recebeu tais laudos.

Edson Moreira teria divulgado exatamente o contrário do que os dez laudos apontaram, de acordo com a testemunha. Todos foram negativos e favoráveis à defesa. O jornalista encaminhou uma carta dizendo que, pelo fato de estar sempre denunciando crimes envolvendo policiais, o profissional temia que o assalto que culminou na morte da mulher dele não fosse investigado.
 
José Cleves disse também que, dias após o assalto, foi obrigado a participar da montagem simulada no mesmo carro onde ocorreu o crime. "Com os mesmos estragos provocados pelos bandidos, até com o sangue da minha mulher no banco do carro", relembrou.

Ele contou ainda que a perícia da Polícia Civil apontou, na época do caso, que o autor do homicídio teria manipulado a cena do crime. O corpo da mulher teria sido retirado de um carro e colocado novamente. Porém, durante o júri ficou provado que não houve esse fato. No relatório criminal, havia o apontamento de que o jornalista teria usado uma luva para que não ficassem vestígios de pólvora em seu antebraço.

Durante a instrução processual foram feitas investigações sem conhecimento da Justiça, revelou o profissional. Esses atos foram anulados pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).

Além disso, os laudos de exame residográfico, balísticas e de digitais não foram, imediatamente depois de prontos, encaminhados ao promotor de Justiça que acompanhava o caso.

A testemunha contou que foi acusada, pronunciada, foi a júri popular, sendo absolvida por unanimidade.
 
Acompanhe o julgamento de "Bola" ao vivo.

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