(Paula Aparecida Rodrigues / Arquivo Pessoal)
O jovem de 19 anos que sofreu um corte profundo no pescoço ao ser atingido por uma linha de cerol, na tarde de sábado, passou por uma cirurgia complicada e se recupera no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Hospital de Pronto Socorro Risoleta Tolentino Neves, em Venda Nova, Belo Horizonte.
Segundo o hospital, o estado de saúde de Wallace Henrique Rodrigues Pereira é considerado grave, porém estável, e inspira cuidados. O paciente é mantido sedado e respira com ajuda de aparelhos. Segundo a assessoria de imprensa, a vítima teve a tranqueia atingida e ainda é cedo para saber se terá algum tipo de sequela. Não há previsão de alta.
O jovem foi ferido quando pilotava sua moto pela Avenida Risoleta Neves, no bairro Novo Aarão Reis, Região Norte. Ele deu entrada no hospital às 14h55 de sábado e a cirurgia terminou por volta das 18h. Wallace foi socorrido por policiais militares. Ele perdeu muito sangue e não conseguia falar. Nenhum suspeito de usar a linha com cerol foi localizado.
Essa é a segunda ocorrência este mês na Grande BH envolvendo linha de cerol. No dia 15, um garoto de 5 anos morreu ao ser atingido em Ibirité, na região metropolitana. O garotinho saía para brincar com o pai e foi ferido pela linha de uma pipa. Ele não resistiu e morreu. Poucos dias depois, um jovem de 18 anos foi detido pela polícia com 19 mil metros de linha com o material cortante, prontos para ser comercializados.
A utilização do cerol, da linha chilena e outros artigos de recreação com o material cortante foi proibida há 15 anos em Minas, conforme noticiado pelo HOJE EM DIA na edição desse sábado. A Lei de julho de 2002 prevê multa que varia de R$ 100 até R$ 1.500 para quem portar o material. O Código Penal qualifica o uso de cerol como crime passível de prisão.
Pela norma, as ações de fiscalização competem à Polícia Militar (PM), Corpo de Bombeiros, agentes de fiscalização municipal e guardas municipais.
Somente o Hospital de Pronto-Socorro (HPS) João XXIII, na capital, atendeu 488 feridos por cerol de 2005 a 2016. Os dados são da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig).
Autoridades de segurança alertam que os cuidados devem ser redobrados neste período do ano, quando os ventos são mais fortes e propícios para soltar papagaio. Muitas crianças, adolescentes e adultos aproveitam as férias de julho para empinar pipas e papagaios. Muitos se arriscam usando cerol, o que pode tornar a diversão em uma brincadeira mortal.